Factóide em campanha

O prefeito do Rio de Janeiro, César Maia (PFL), foi a Florianópolis para iniciar um roteiro de viagens pelo Brasil, com a finalidade de lançar sua pré-candidatura à Presidência da República. Esse político, que evoluiu do brizolismo ao pefelismo, sem a menor dificuldade, foi o introdutor da expressão "factóide" na crônica política brasileira.

Segundo Aurélio Buarque de Holanda, factóide é o fato, verdadeiro ou não, divulgado com sensacionalismo, no propósito deliberado de gerar impacto diante da opinião pública. Ou seja, quando o ambiente está propício, planta-se o factóide, que vai ganhar a repercussão digna de sua importância. Alguns dos factóides lançados pelo prefeito César Maia, no primeiro mandato, estão completamente esquecidos.

Ao lado dos senadores Jorge Bornhausen, presidente nacional do PFL, e José Agripino Maia (RN), o prefeito do Rio exibiu certo maquiavelismo oportunista ao proclamar-se pré-candidato à Presidência, faltando ainda dois anos para a eleição.

Não é o caso de afirmar que lançamentos de candidaturas à Presidência seja algo condenável, mas fazê-lo quando o mandato do atual presidente está na metade é, no mínimo, atitude impensada e leviana. O PFL, que logo descobrirá sua genuína identidade, trocando o nome para Partido Democrático do Centro, nada mais pretende senão ocupar espaço na mídia numa fase de escassez de notícias de impacto.

Estando os jornais obrigados a preencher o espaço destinado à política, com a disputa interna do PT pela presidência da Câmara, o Aerolula e a reforma do ministério, que poderá ser mais um blefe, César Maia repete sua cansativa lengalenga, aliás, aportando ao debate um dado preocupante: é o prefeito do Rio o nome mais importante que resta ao brancaleônico exército pefelista?

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