Xisto será usado na produção agrícola

A Petrobras realizou ontem em Curitiba um workshop sobre o xisto agrícola. O objetivo do evento, que contou com a presença de especialistas e mestres no assunto, foi o de discutir tecnologias para usar o xisto em fertilizantes, adubos e defensivos agrícolas.

De acordo com a gerente geral da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), grupo pertencente à Petrobras, Elza Kallas, o projeto, desenvolvido em parceria entre a Petrobras, Embrapa e Iapar, surgiu na década de 90. A intenção era de realizar testes com o produto para saber se ele era viável para agricultura. ?Pelo fato do xisto ser natural, decidimos estudá-lo para ver se ele seria seguro para uso agrícola. As pesquisas foram positivas e hoje temos quatro produtos derivados do xisto, como a água de xisto, finos de xistos, calcário de xisto e xisto retortado?, diz.

Um dos produtos, a água de xisto, teve sua comercialização autorizada recentemente pelo Ministério da Agricultura. ?A água de xisto será utilizada como matéria-prima para a formulação de fertilizantes líquidos para aplicação foliar em diferentes culturas. Os estudos realizados com esse produto confirmaram a eficiência agronômica, além de ser um material seguro para o meio ambiente. Os outros produtos deverão estar à venda no final desse ano ou no início do ano que vem?, afirma Kallas.

Kallas diz também que os interesses com os produtos de xisto vão além da preocupação com o ambiente. ?Além da questão ambiental, cercamo-nos de todos os cuidados para que haja uma redução de custos para o agricultor. Só em 2007, o Brasil gastou US$ 500 milhões com importações de fertilizantes. Apresentando uma alternativa mais barata, certamente os gastos com a agricultura irão diminuir?, informa.

O Paraná está localizado sobre uma das maiores reservas mundiais de xisto, conhecida como Formação Irati. Essa formação abrange, além do Paraná, os Estados de Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Goiás. Os principais produtos extraídos desse mineral são óleo combustível e gás liquefeito (GLP).

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