Vendas industriais registram nova alta

A exemplo do que aconteceu em outubro, as vendas industriais voltaram a registrar um crescimento atípico em novembro. O aumento no mês foi de 0,76% sobre outubro, que já havia registrado crescimento de 10,91% sobre setembro. Com isso, o faturamento do setor industrial acumula uma alta de 6,13% em onze meses, em comparação ao mesmo período do ano passado.

?Outubro e novembro são tradicionalmente meses de desaceleração das vendas industriais. Porém, este ano está sendo diferente?, comenta Maurílio Schmitt, coordenador do Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado Paraná e responsável pela pesquisa Indicadores Conjunturais da entidade, divulgada ontem.

Ele atribui a recuperação ao melhor do desempenho de alguns produtos alimentares, principalmente daqueles destinados ao mercado externo. Além do aumento da demanda, alguns destes produtos também foram beneficiados com a valorização dos preços internacionais, como é o caso do suco de laranja, café e açúcar.

De acordo com a Fiep, o desempenho de outubro e novembro inverte a tendência que vinha sendo observada desde o início do ano, que indicava um crescimento modesto em relação ao resultado de 2005, quando o faturamento industrial caiu 1,3%. ?Com isso, temos a expectativa de fechar o ano com um crescimento em torno de 5% a 6%?, revela Schmitt.

Principais variações

O gênero Produtos Alimentares, o de maior peso relativo na indústria paranaense, cresceu 24,04% de janeiro a novembro. O segmento química, terceiro mais significativo, teve uma expansão de 9,29% no período. Em sentido contrário, o gênero material de transportes, segundo mais importante do Estado, registrou decréscimo de 10,04% nas vendas nos onze primeiros meses do ano, mas mostrou sinais de recuperação em novembro, com alta de 6,25% em relação ao mês anterior.

?Embora estes resultados ainda sejam claramente pontuais e setoriais, há evidências de que a economia paranaense terá um 2007 melhor do que os últimos três anos?, acredita Schmitt. Isso, de acordo com o economista, motivado pelos esforços realizados dentro das empresas para se obter ganhos de produtividade e melhorias nos processos e produtos. ?Soma-se a este fator, investimentos significativos projetados para os próximos anos na área de derivados de petróleo e à previsão de expansão da produção agrícola em 18%?. Segundo Schmitt, estes fatores podem se transformar em impulsos eficientes para movimentar a indústria paranaense acima da média nacional.

A maior queda nas vendas industriais acumuladas de janeiro a novembro foi registrada no gênero têxtil (-47,79%), em razão do término e da não-renovação de contratos de vendas para o exterior e da perda de competitividade dos produtos em função da valorização do real frente ao dólar. O gênero Couro, Peles e Produtos Similares teve retração de 22,43% nas vendas no período devido à sazonalidade e o gênero editorial e gráfica vendeu 16,54% menos em função do fim das encomendas de material didático.

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