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Vendas industriais do Paraná fecham bimestre no azul

Na esteira dos bons resultados de janeiro, o volume das vendas industriais paranaenses em fevereiro deste ano foi 27,48% maior do que o registrado no mesmo período de 2010. De acordo com levantamento produzido pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), divulgado nesta terça-feira (5), a baixa atividade industrial que tradicionalmente caracteriza o início do ano não se repetiu com tanta intensidade em 2011. O resultado deste primeiro bimestre situou-se em um patamar 19,24% maior do que no ano anterior.

Segundo o coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt, dentre os fatores que contribuíram para esses bons resultados estão o forte crescimento da economia brasileira em 2010, os bons preços internacionais conseguidos pela safra paranaense e o crédito farto para aquisição de veículos.

Na comparação com o mês anterior, porém, as vendas industriais de fevereiro tiveram queda de 5,62%. Os setores que apresentaram desempenho mais negativo neste período foram o de alimentos e bebidas (-18,75%), couros e calçados (-17,31%) e têxteis (-16,48%).

Na outra ponta, a maior variação foi registrada no setor de vestuário (93,34%), fruto da compensação da queda de 69,83% registrada em janeiro e do lançamento das coleções de moda outono-inverno. O setor de madeira também recuperou-se de um tombo de 24,82% ocorrido em janeiro, fechando fevereiro com alta de 46,61%. Metalurgia básica teve a terceira maior expansão neste período, de 26,57%, decorrente do aumento nas exportações. Dos três gêneros de maior participação relativa na indústria paranaense, dois tiveram aumento: veículos automotores (16,04%) e refino de petróleo e produção de álcool (2,64%).

Quando observado o destino das vendas industriais, o levantamento da Fiep apontou queda nas vendas para o Paraná (-17,70%) e nas exportações (-10,32%). Houve aumento de 10,31% para outros estados brasileiros. Os resultados acumulados neste primeiro bimestre mostram-se positivos para as vendas no Paraná (22,76%), para outros estados (15,36%) e para o exterior (20,61%).

Na opinião de Maurílio Schmitt, o bom desempenho industrial registrado no início do ano poderá se perpetuar se algumas condições forem mantidas. “Se os problemas climáticos continuarem afetando negativamente a produção agrícola em outros países e o Paraná tiver boas safras, o gênero de alimentos e bebidas, que tem o maior peso relativo na economia do Estado, terá um bom desempenho”, observa o economista.

Segundo ele, a produção de derivados de petróleo e de álcool combustível deverá continuar sua expansão para atender o aumento da frota de veículos. Nesta condição, outro gênero importante para a economia paranaense, refino de petróleo e produção de álcool, deve apresentar resultados positivos. “A indústria do Paraná deverá continuar a crescer durante este ano, porém a um ritmo menos acelerado, que determinará a composição de taxas menores de crescimento do que as observadas em 2010.”, diz Maurílio.

Emprego

No que se refere ao nível de emprego na indústria, nove dos dezoito gêneros pesquisados pela Fiep registraram resultados positivos e sete negativos no mês de fevereiro, situação considerada estável pelos economistas. O emprego diretamente ligado à produção subiu 1,02% e o resultado acumulado do bimestre contra igual período de 2010 subiu 6,50% no “pessoal empregado total” e de 4,80% no “pessoal empregado na produção”. Os principais incrementos em fevereiro se deram nos setores de minerais não metálicos (1,77%), madeira (1,30%) e veículos automotores (1,30%). Do outro lado, a maior redução deu-se no gênero de refino de petróleo e produção de álcool (-2,89%), decorrente da redução sazonal ocasionada pelo fim da safra da cana-de-açúcar.

Na comparação com janeiro, as horas trabalhadas na produção subiram 2,18%. Os gêneros que registraram maior alta no período foram vestuário (13,03%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (11,15%) e metalurgia básica (8,42%). Os menores resultados fiaram por conta de produtos químicos (-5,28%), couros e calçados (-4,64%) e celulose e papel (-4,43%).