Vendas do comércio voltam a cair no Paraná

Depois da pequena recuperação em junho, as vendas do comércio no Paraná voltaram a registrar queda e encerraram o mês de julho com variação negativa de 0,48% na comparação com igual mês do ano passado. Foi o quinto menor índice entre as 27 unidades da Federação, atrás de Rondônia (-5,95%), Mato Grosso (-3,94%), Roraima (-3,85%) e Rio Grande do Sul (-2,92%). Em nível nacional, as vendas do comércio cresceram 4,50%. Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No Paraná, cinco atividades registraram crescimento nas vendas, e três, queda. Uma das reduções mais expressivas foi verificada no setor de combustíveis e lubrificantes, cujas vendas caíram de 12,31% em junho para -4,83% em julho. Para o economista Reinaldo Silva Pereira, da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, a redução das vendas pode estar atrelada ao aumento do preço do combustível. ?Quando o preço sobe, as pessoas enchem menos o tanque?, afirmou. Em nível nacional, o setor de combustíveis e lubrificantes registrou queda ainda maior (-10,56%).

Outro setor que também apresentou variação negativa foi o de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo – queda de 5,69% no Paraná contra alta de 3,33% na média brasileira. ?É uma queda acentuada?, avaliou o economista. Além do Paraná, apenas São Paulo registrou queda nesse setor (-1,31%). ?É uma atividade muito sensível à renda. No caso do Paraná, ainda pode ser reflexo da estiagem?, afirmou Pereira, referindo-se ao longo período de estiagem que afetou a produção agrícola e a renda dos trabalhadores. O setor de livros, jornais, revistas e papelaria também registrou queda (-8,54%) no Paraná, seguindo a tendência nacional (-1,78%).

Já os setores que puxaram as vendas no comércio do Paraná em julho foram tecidos, vestuário e calçados, com crescimento de 6,62%; móveis e eletrodomésticos (9,78%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumes e cosméticos (11,28%); equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (79,47%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (19,90%).

Menor crescimento

A queda no volume de vendas no comércio do Paraná em julho ocorreu depois de uma elevação de 1,99%, registrada em junho. Nos dois meses anteriores (abril e maio), porém, as vendas haviam caído 3,41% e 4,35%, respectivamente.

Com o resultado de julho, as vendas do Paraná acumulam no ano crescimento de 0,28% -menor índice do País. Em nível nacional, o crescimento é de 4,62%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o crescimento no Paraná é de 4,43% contra alta nacional de 6,34%.

Com relação à receita nominal, houve crescimento de 4,47% no comércio do Paraná em julho, inferior à média nacional, que ficou em 9,33%. No ano, o Paraná registra o menor crescimento entre todos os estados (7,45%), contra o crescimento médio de 11,47% do País.

20 meses

Em nível nacional, as vendas no comércio varejista completaram 20 meses seguidos de crescimento na comparação com igual mês do ano anterior. Em julho, a expansão foi de 4,5% em relação a julho de 2004. Na comparação com junho, houve crescimento de 0,31%. A receita de crescimento continua baseada em inflação sob controle, queda do dólar e expansão do crédito ao consumidor, segundo o IBGE. 

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