Vendas de Natal crescem 10% em 2004

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Loja na Rua XV recebe
consumidores que deixaram para
ir às compras na última hora.

As lojas de Curitiba apresentaram um intenso movimento no último dia de compras antes do Natal. As vendas nesta ocasião são sempre boas, pois muitas pessoas só podem gastar mais tempo na correria pelos presentes depois que são liberadas do trabalho, no dia 24. O movimento de ontem pode ter contribuído ainda mais no desempenho do setor neste final de ano.

Os comerciantes estavam esperando um aumento médio de 8% nas vendas em comparação ao Natal de 2003. Pelo que tudo indica, as projeções poderão ser superadas. A Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio/PR) acredita que o índice ficará em torno dos 10%. A boa fase para os lojistas é conseqüência do aumento da renda e redução da inadimplência da população.

Os consumidores que estavam com dinheiro no momento da compra optaram pelo pagamento à vista neste final de ano. Tendo como pagar na hora e em dinheiro, puderam negociar mais com quem estava vendendo, segundo o economista Vamberto Santana, assessor econômico da Fecomércio/PR. Os descontos, em algumas vezes, foram superiores aos praticados normalmente pelas lojas.

"Crediário somente nos produtos mais caros", disse Vamberto. Para o vice-presidente de serviços da Associação Comercial do Paraná (ACP), Élcio Ribeiro, a sensação de estabilidade no emprego contribuiu para as vendas nesse sistema. "A sensação de garantia no trabalho permite uma programação maior. As pessoas parcelam em até 18 vezes um produto que não podem pagar à vista", observa.

Na opinião de Santana, a crença de que se manterão empregados em 2005 surge a partir da constatação do bom desempenho da empresa. "Os trabalhadores percebem o movimento da empresa e acreditam que a boa fase vai continuar no ano que vem. Os consumidores tomam mais cuidado quando percebem as dificuldades no emprego e têm medo do futuro", comenta. Ele ressalta que o pagamento antecipado feito pelo governo do Estado aos seus servidores também contribuiu para o aumento das vendas neste período. "O que ganhariam somente em meados de janeiro veio na segunda quinzena deste mês, além do 13.º salário", acrescenta.

O comércio vem sentindo a predisposição das pessoas em comprar mais desde fevereiro deste ano. Santana explica que a melhoria do poder aquisitivo da população está fazendo com que haja um adicional nas compras, principalmente no valor unitário de cada produto. "Os setores de concessionárias de veículos, móveis, decoração, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, supermercados e hipermercados tiveram um crescimento bom nos últimos três meses", declara. Lembra que os hipermercados pertencem a um segmento mais amplo, pois também vendem sapatos, roupas, eletrodomésticos e eletroeletrônicos. Além dessas linhas de produtos, Ribeiro, da ACP, destaca que os calçados e os aparelhos celulares estão entre os setores que obtiveram excelentes resultados neste final de ano.

Depois do Natal, a expectativa é continuar vendendo nas liquidações de mudança de estação e finalização do estoque. Já pensando nos preços mais atrativos, muitos consumidores estão guardando dinheiro para essas ocasiões. "Muita gente já está se programando para aproveitar as liquidações. Isso acaba estimulando o faturamento do comércio. Em dezembro, as vendas não acabam dia 24 às 18h. Após esta data, há a troca de presentes e as liquidações", salienta Santana.

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