Vendas de minério da Vale caíram 28,5% no 2º trimestre

A forte retração na demanda mundial por minério de ferro, motivada pela crise global, levou a Vale a registrar uma queda de 28,5% no volume de venda da commodity no segundo trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2008. Conforme o balanço de resultados da mineradora divulgado hoje, de abril a junho a Vale comercializou 50,668 milhões de toneladas, contra 70,876 milhões de toneladas do mesmo intervalo do ano passado. Já na comparação com o trimestre anterior, as vendas da companhia apresentam uma pequena recuperação, de 1,6%.

O balanço revelou ainda uma redução de 31,48% no preço médio praticado pela mineradora brasileira em relação ao segundo trimestre de 2008, atingindo o patamar de US$ 47,82 por tonelada. Os preços também ficaram 23,84% abaixo do cobrado pela companhia nas vendas realizadas entre janeiro e março de 2009.

O resultado divulgado pela Vale mostrou ainda que as vendas de níquel no segundo trimestre ficaram no mesmo patamar registrado no ano passado, somando 69 mil toneladas métricas. Já o preço médio do produto ficou 51,01% inferior ao praticado no mesmo período de 2008. Na comparação com o trimestre anterior, o preço médio do níquel mostrou uma recuperação, subindo 22,7%, para US$ 13.223,86 por tonelada métrica.

O lucro líquido da Vale caiu 81,5% no segundo trimestre deste ano em comparação com o mesmo trimestre de 2008, passando de R$ 7,9 bilhões para R$ 1,46 bilhão. A receita líquida caiu 41% e somou R$ 10,691 bilhões no trimestre. O lucro antes de despesas financeiras, impostos, depreciação e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) recuou 66,9% e passou de R$ 10,473 bilhões para R$ 3,463 bilhões.

No padrão contábil norte-americano (US Gaap), o lucro líquido da Vale no segundo trimestre caiu 84,2% em comparação com o mesmo período do ano passado e somou US$ 790 milhões. O Ebitda ajustado caiu 72,3% e passou de US$ 6,218 bilhões para US$ 1,725 bilhão. A receita líquida foi de US$ 4,948 bilhões no trimestre, queda de 53,3% ante os US$ 10,6 bilhões registrados no mesmo intervalo do ano passado.

Ajuste de preços

No final do segundo trimestre, a Vale fez um reajuste retroativo nos preços das vendas realizadas a partir de abril de 2009, para contemplar os novos contratos anuais acertados com alguns clientes no Japão, na Coreia do Sul e na Europa. Segundo a Vale, este ajuste foi de US$ 166 milhões, sendo US$ 112 milhões das vendas de minério e US$ 54 milhões das vendas de pelotas.

Excluindo o ajuste retroativo, que foi um desconto de 28% a 48%, o preço médio das vendas do minério teria sido de US$ 50,03 por tonelada no trimestre para minério e US$ 72,95 para pelotas. No balanço divulgado hoje, a Vale reconheceu nas suas receitas do segundo trimestre “a totalidade do impacto das mudanças nos preços benchmark de minério de ferro e pelotas de 2009, independentemente do status da negociação com cada cliente”.

O preço médio praticado pela Vale para o minério de ferro no segundo trimestre de 2009 foi de US$ 47,82 por tonelada, queda de 31,48% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando a mineradora praticou preços médios de US$ 69,80 por tonelada. Em comparação com o primeiro trimestre de 2009, quando o preço era de US$ 62,79 por tonelada, houve um recuo de 23,8%.

O preço das pelotas foi de US$ 55,82 no segundo trimestre, menos da metade dos US$ 146,33 praticados no segundo trimestre de 2008. No primeiro trimestre de 2009, o preço médio das pelotas foi de US$ 118,45 por tonelada.

A receita obtida pela Vale no segmento de minério foi de US$ 2,423 bilhões no trimestre, queda de 51% ante o mesmo intervalo de 2008, quando havia somado US$ 4,947 bilhões. Para o setor de minerais ferrosos como um todo, a receita foi de US$ 2,716 bilhões, uma redução de 59% ante os US$ 6,652 bilhões obtidos no segundo trimestre de 2008.

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