Usinas estão terminando a colheita de cana

Ao contrário do que aconteceu na safra anterior (2004/05) no Paraná, quando chuvas constantes fizeram com que as 27 usinas e destilarias sofressem várias paralisações que resultaram em atrasos de 30 a 40 dias na colheita de cana-de-açúcar, este ano os trabalhos estão sendo adiantados. A destilaria de álcool da cooperativa Cocari, sediada em Mandaguari, na região de Maringá, já terminou a safra e várias outras encontram-se na reta final de colheita.

De acordo com a Associação de Produtores de Álcool e Açúcar do Estado do Paraná (Alcopar), situada em Maringá, o tempo predominantemente seco ao longo de 2005, somado à quebra da produção devido à escassez de chuvas nos primeiros meses do ano, fez com que os trabalhos fluíssem rapidamente.

A expectativa da Alcopar é que até meados de outubro a maior parte das empresas já tenha encerrado a temporada 2005/06, restando algumas poucas para completar a operação nas semanas seguintes.

Por causa da seca, embora a área cultivada com canaviais tivesse tido um incremento ao redor de 25 mil hectares no atual período, o volume de cana deste ano sofrerá forte redução, caindo de 29,05 milhões de toneladas totalizadas em 2004/05 para 26,7 milhões este ano, segundo o mais recente levantamento da entidade. São cerca de 370 mil hectares plantados com cana no Paraná. Diante disso, a Alcopar revisou sua expectativa de produção industrial para o Estado: serão 1,130 bilhão de litros de álcool (contra a previsão de 1,250 bilhão) e 1,689 milhão de toneladas de açúcar, contra a estimativa de 1,850 milhão de t.

A Cocari, cuja moagem começou no dia 22 de abril, parou no último dia 5 de setembro, mais de 60 dias antes da data prevista inicialmente, em meados de novembro. Das 490 mil toneladas que esperava colher, a cooperativa atingiu 365 mil toneladas, 125 mil a menos, registrando uma quebra de 25%. Conseqüentemente, a produção de álcool também caiu de 37 milhões de litros para 28 milhões. Além da redução de produtividade da cana no campo, por conta da forte estiagem que atingiu a região produtora, houve também diminuição do teor de sacarose devido a antecipação da safra, colhendo-se cana de até 10 meses. Na área de atuação da co-operativa, as chuvas em toda a safra totalizaram 250 mm, contra uma média de 1 mil a 1,2 mil mm. A última chuva em bom volume e bem distribuída foi no dia 24 de janeiro. A partir daí, as precipitações seguintes ocorreram de forma esparsa, localizada e em volumes insuficientes, segundo o vice-presidente da Cocari, Vilmar Sebastião Sebold.

Problema social

A antecipação do fim da colheita é uma péssima notícia para os trabalhadores rurais envolvidos com a operação de colheita, cerca de 40 mil no Estado, que ficarão sem trabalho por um tempo maior que o previsto.

A entressafra da cana ocorre, normalmente, entre os meses de dezembro a abril.

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