Porecatu

Usina Central do Paraná coloca salários em dia

A Usina Central do Paraná S.A., sediada em Porecatu, na região norte do Estado, está, desde dezembro, colocando em dia pagamentos a seus funcionários. Apesar disso, ainda não há sinais de que a empresa – envolvida no último ano em uma série de problemas que foram desde salários atrasados por meses até acusações de trabalho em condições degradantes – esteja programando uma retomada nas suas atividades nos próximos meses, como indicam rumores que circulam pelo município e região, que dão conta que a empresa estaria se preparando para colher a safra de abril.

Sindicatos e associações da cidade confirmam os pagamentos, mas dão conta que a empresa continua praticamente parada há mais de um ano. “Estão pagando os funcionários. Os salários do mês passado foram divididos em duas parcelas. O décimo terceiro, que também estava atrasado, foi dividido em três parcelas, mas ainda falta pagar uma”, confirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porecatu, Helmut Rossmam.

Entretanto, o próprio Rossmam prefere ainda não alimentar muitas esperanças de que a empresa volte, em breve, às atividades normais. “[A Usina] está parada. Desde dezembro de 2007, só vem fazendo serviços rotineiros”, diz.

Ele informa, também, que a situação perante funcionários terceirizados continua ruim: “Não sabemos ao certo, mas os pagamentos do transporte estão superatrasados”, afirma.

A reportagem não conseguiu contato com as entidades que representam o transporte rodoviário na região. Também entrou em contato com a usina, mas não conseguiu falar com nenhum representante da empresa.

O vice-presidente da Associação Comercial e Empresarial de Porecatu (Acep), Lupercio Guandeline, também é cuidadoso ao analisar a recente liberação, pela usina, de verbas de salários atrasados.

“Deu uma melhorada, mas ainda não resolveu o problema da cidade”, afirma. Sobre um possível retorno às atividades da empresa, ele diz não saber de nada, além de rumores.

Mas diz que tem esperanças, ainda mais porque o comércio -que segundo ele é 90% dependente direto da usina – tem pago caro pelo que vem acontecendo nos últimos anos, na empresa.

Dificuldades

O segmento sucroalcooleiro, que vem passando por dificuldades, está negociando com o governo Federal uma reestruturação de R$ 3,45 bilhões em dívidas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), bancos comerciais, tradings e fundos de investimento.

Para discutir o assunto, presidentes de entidades que representam o setor nos principais estados produtores de cana deverão se reunir em Maringá, na próxima segunda-feira (2).

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