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TST pode colocar ponto final na greve dos Correios nesta terça

Os trabalhadores dos Correios, em greve há 27 dias, estão na expectativa do julgamento do dissídio coletivo, marcado para as 16h desta terça-feira (11), no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília. Após a rejeição das propostas da estatal e o fracasso da tentativa de acordo em duas audiências, a categoria está ciente de que pode sair perdendo com a decisão judicial. Isso porque o principal ponto de polêmica se refere ao desconto dos dias parados e o presidente do TST, João Oreste Dalazen, já alertou que a jurisprudência é contrária à vontade dos funcionários da empresa.

Na sessão extraordinária desta terça, os ministros do TST vão decidir se a greve nos Correios é abusiva ou não e apontarão um desfecho para o impasse nas negociações entre empregados e direção da estatal. O dissídio será julgado por nove ministros, tendo como relator Mauricio Godinho Delgado. A sessão poderá ser acompanhada ao vivo pelo endereço http://video1.tst.jus.br/aovivo/ 

“Cabeça de juiz, ninguém sabe o que pensa. Favorável aos trabalhadores, eles nunca foram e não é agora que serão”, opina o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), Luiz Antonio Ribeiro de Souza, ressaltando que “a categoria está consciente do que pode acontecer”. Segundo ele, a categoria está muito revoltada com o governo, por estar há dois anos sem aumento e em função das terceirizações e do projeto de privatização da empresa.

A revolta é tão grande que nem a decisão do TST que obriga o percentual mínimo de 40% dos empregados em atividade está sendo cumprida. “Aqui no Paraná, continuam 70% dos trabalhadores parados e, nacionalmente, 85%”, aponta Souza. O TST estipulou multa diária de R$ 50 mil à Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect)
em caso de descumprimento da determinação. “A multa não vai para o sindicato, mas estamos bancando”, informa Souza.

 

No último final de semana, o mutirão realizado pelos Correios resultou na entrega de 22 milhões de cartas e encomendas em todo o País e na triagem de outros 27 milhões de objetos postais. Só no Paraná, foram entregues 2,3 milhões de objetos postais e outros 860 mil foram triados pelos profissionais da área operacional que não aderiram à greve e colaboradores das áreas administrativa e de negócios.