Triticultura recebe incentivos governamentais

Apesar de incentivos dos governos federal e estadual e de expectativas de aumento de até 5% na área plantada, a safra de trigo, este ano, ainda pode ser bastante parecida com a do ano passado.

As previsões mais recentes do Departamento de Economia Rural (Deral) são mais conservadoras, indicando aumento de 1% na área, e produção entre 2,9 milhões e 3,2 milhões de toneladas – número atingido na última safra.

Ontem, em Cascavel, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, o governador Roberto Requião e o secretário da Agricultura e Abastecimento, Valter Bianchini, participaram do lançamento do plantio da safra de 2009 do cereal.

Entre as propostas anunciadas para o setor, está um reajuste de forma distinta ao trigo melhorador e ao usado na fabricação de pães. Os preços mínimos dos dois tipos, que eram de R$ 480 a tonelada, subiram, respectivamente, 15,63% e 10,42%, passando para R$ 555 e R$ 530 a tonelada. A medida foi decidida no dia 26 de março, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Já o governo do Estado propôs bancar 15% do custo do seguro da safra de trigo, que já é subsidiado em 70% pelo governo Federal. Ainda, os produtores que aderirem ao Plano de Irrigação Noturna (PIN) podem ter o subsídio estendido para 30%, o que completaria todo o gasto com o seguro. Segundo Bianchinni, uma parceria do governo estadual com o Banco do Brasil também garante que não faltarão recursos para os triticultores.

De acordo com o Deral, a escassez de chuvas nas últimas semanas, bem como a previsão de baixos índices pluviométricos para o restante de abril, têm causado preocupação nos produtores.

“O trigo não é tão exigente em relação à chuva”, lembra o técnico do Deral, Otmar Hubner. Mas, no início do plantio, ressalta ele, a umidade é mais necessária. Hubner lembra que, no ano passado, o clima contribuiu para a ótima safra.

Otimismo

O ministro Stephanes está otimista. Para ele, a produção brasileira de trigo deve crescer 10% este ano, podendo suprir 60% da demanda interna. Na última safra, o país produziu 6 milhões de toneladas de trigo, ante um consumo interno de 10,86 milhões de toneladas. O Paraná é o maior produtor do país, responsável por mais de 53% da produção nacional.

O presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski, destacou que, se houver continuidade de políticas para o setor, as medidas podem trazer autossuficiência do País, a curto prazo, até com excedentes para exportação. O presidente da Coodetec, Irineo da Costa Rodrigues, também comemorou as medidas que, segundo ele, “trazem novos alentos aos produtores”.

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