Taxas de juros caem pelo quinto mês seguido

A pesquisa de juros da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), referente ao mês de junho, mostrou queda das taxas pelo quinto mês seguido. De acordo com o coordenador do trabalho e vice-presidente da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, a pesquisa mostra o retorno do crédito às condições anteriores a setembro de 2008, quando a crise econômica mundial se intensificou. Isso é observado, segundo ele, tanto no alongamento dos prazos dos financiamentos quanto na redução dos juros das operações de crédito.

No que diz respeito ao financiamento à pessoa física, das seis linhas de crédito pesquisadas, duas ficaram estáveis: cartão de crédito e CDC-Bancos para financiamento de veículos. As outras quatro linhas foram reduzidas: juros do comércio, cheque especial, empréstimo pessoal (em bancos) e empréstimo pessoal (em financeiras). A taxa de juros média geral para pessoas físicas teve redução de 0,02 ponto porcentual, passando de 7,28% ao mês (132,39% ao ano) em maio para 7,26% (131,87% ao ano) em junho. Essa é a menor taxa de juros média desde abril de 2008.

No caso de pessoas jurídicas, das quatro linhas de crédito pesquisadas, duas ficaram estáveis: capital de giro e conta garantida. Outras duas foram reduzidas: desconto de duplicatas e desconto de cheques. A taxa de juros média geral para empresas caiu 0,03 ponto porcentual, passando de 4,15% ao mês (62,90% ao ano) em maio para 4,12% ao mês (62,33% ao ano) em junho, a menor taxa de juros média desde janeiro do ano passado.

A queda nas taxas, segundo Oliveira, deve-se à redução da Selic (a taxa básica de juros da economia e à melhora do cenário econômico. Para o segundo semestre, Oliveira espera melhora nas taxas de juros das operações, bem como das condições de crédito, o que inclui a ampliação dos prazos, o aumento do volume emprestado e uma maior flexibilidade.

O pior da crise, segundo ele, já passou, e o risco de inadimplência diminuiu. Oliveira diz ainda que, daqui para frente, o consumidor vai conviver com uma situação nova: reduções dos juros nas operações de crédito em patamares superiores às quedas da Selic. “Deveremos inclusive ter períodos em que a Selic vai ficar inalterada e as taxas de juros das operações de crédito vão ser reduzidas.”