Pra entender melhor

Tá perdido? Treta entre Trump, Lula e Bolsonaro impacta no seu dia a dia

Donald Trump
Foto: Reprodução / Instagram

Você tá meio perdido com essa história da taxação de 50% que o presidente dos Estados Unidos impôs e dezenas de produtos que o Brasil exporta para lá? Então, todos estamos, especialmente sobe as razões e os “porquês”. Longe das questões políticas que envolvem o atual presidente Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua família, fomos atrás de especialistas para entender o impacto que isso pode ter no nosso dia a dia.

O Brasil tem nos EUA o seu segundo melhor comprador. Daqui para lá vão muita coisa, como aço, café, álcool etílico, suco de laranja, entre outros. A partir da nova medida do presidente Trump, o suco que custava R$ 10 agora vai custar R$ 15.

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Isso multiplicado por milhões de litros, quilos ou quaisquer outras medidas, causa um impacto muito grande nesta relação comercial. Quem lá dos EUA comprava esses produtos do Brasil, pode passar a comprar de outro país que não têm essa taxa (ou do próprio mercado americano) e perdemos muito com isso.

Só isso?

Claro que não. Róridan Duarte, integrante da Comissão de Política Econômica do Conselho Federal de Economia (Confecon), fala sobre como nosso dia a dia poder ser impacto pela decisão polêmica de Trump.

“De imediato a gente percebe já uma elevação na cotação do dólar e o prejuízo nas exportações. Ao exportar menos, a gente vai, portanto, atrair menos dólares. Atraindo menos dólares, a sua cotação tende a subir. Um dólar mais caro vai encarecer também nossas importações. As empresas (e nós também) vão gastar mais reais para importar os mesmos produtos. Então, isso tende a gerar um impacto inflacionário no Brasil”, explicou.

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Mesmo com as tarifas, há determinados produtos que continuarão sendo exportados para os Estados Unidos, porque eles precisam do mercado brasileiro para comprar. “E aí, o impacto seria a inflação lá nos Estados Unidos, mas gerando uma mesma receita aqui para o nosso exportador brasileiro”, contou Róridan.

E a Dona Maria?

Perguntamos para Simone Deos, conselheira do Corecon (Conselho Regional de Economia de SP) e professora da Unicamp, sobre como isso vai afetar o dia da “Dona Maria”, aqui no Brasil. Ela tentou fazer uma análise otimista da situação. “Quem vai sofrer mais é a Lady Mary, que mora dos EUA, não a Dona Maria. Isso porque um impacto muito provável dessas medidas é o aumento de preços do suco de laranja e do café, por exemplo, nos Estados Unidos”, explicou.

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Ela conta que ainda é difícil prever o que vai acontecer. “Ainda é difícil dizer qual será o saldo ‘liquido’ – isto é avaliando custos e os benefícios – para os brasileiros. Mas a maior oferta de bens para o mercado interno pode levar à redução de preços”, disse. Mas deixa o alerta. “Por outro lado, perder demanda externa (vender menos para os EUA) pode levar a uma redução na produção desses setores/empresas, causando desemprego aqui no país”, concluiu.

Rorídan concorda com a colega. “As empresas vão deixar de vender para os Estados Unidos, vão ter que buscar vender esses produtos aqui no mercado. Se deixarmos de exportar para lá, as empresas vão ter que vender no mercado interno. Então, isso pode gerar uma queda de preços no mercado interno. Então, em termos de alimentos que são exportados, pode ser até positivo para o Brasil, num primeiro momento”.

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Por fim, ele explica que a longo prazo o Brasil pode se beneficiar se souber abrir mercado, com diplomacia e boas negociações, com outros potenciais compradores, que a longo prazo podem representar ganhos para o Brasil.

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