Sinais de um IPC-S de 0,80% em fevereiro ganham força, diz a FGV

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) vem confirmando a trajetória inicialmente esperada e deve rumar para a projeção de taxa de 0,80% no fim de fevereiro. A avaliação é do coordenador do indicador da Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti, que, em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, disse que, se não for influenciada por algum fator inesperado, como a volatilidade dos alimentos in natura, a inflação captada pelo IPC-S tende a ratificar as estimativas.

“O IPC-S está corroborando as expectativas”, comentou Picchetti. “Está seguindo o curso que imaginávamos e, por isso, continuamos com a projeção de 0,80%”, destacou.

Nesta quinta-feira, 19, a FGV anunciou que o IPC-S registrou taxa de 1,27% na segunda quadrissemana de fevereiro. O resultado representou uma desaceleração de 0,36 ponto porcentual, ante a inflação de 1,63% registrada na primeira leitura do mês. De acordo com Picchetti, a desaceleração vem sendo puxada exatamente pelos itens que haviam exercido pressão de alta em janeiro. Agora, eles vão saindo aos poucos do ranking dos maiores impactos inflacionários.

O item Tarifa de Ônibus Urbano, por exemplo, apresentou elevação de 5,90% na segunda medição de fevereiro ante aumento de 9,07% na primeira quadrissemana do mesmo mês. O item Tarifa de Eletricidade Residencial, por sua vez, subiu 4,85% ante 7,12%. Já o segmento de Cursos Formais avançou 3,93% ante 7,13%. “A alta menor destes itens, juntos, representou 0,27 ponto porcentual da desaceleração total do IPC-S”, calculou Picchetti.

O coordenador ainda chamou a atenção para a influência que o segmento de Hortaliças e Legumes gerou para o IPC-S. Entre a primeira e a segunda quadrissemanas de fevereiro, a alta deste conjunto de preços diminuiu de 10,36% para 6,93% e, conforme Picchetti, respondeu por 0,04 ponto porcentual da desaceleração geral do índice.

Dentre os vários movimentos de alta menor do IPC-S, a grande exceção vem sendo a gasolina, cuja variação positiva vem até surpreendendo o coordenador. Na segunda quadrissemana de fevereiro, o item subiu 2,87% ante 0,92% da primeira leitura do mês. Com isso, respondeu por 0,05 ponto porcentual do que seria uma aceleração geral do indicador da FGV.

Para a terceira quadrissemana de fevereiro, Picchetti aguarda uma taxa geral em torno de 1% para o IPC-S. Ele avaliou que, apesar da inflação rumar para a marca esperada de 0,80% no fim de fevereiro, o resultado ainda está fora dos padrões desejáveis de inflação. “Uma taxa de 0,80% para fevereiro ou para qualquer mês do ano é um número alto”, lamentou.

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