Senai promove seminário para estimular a inovação

Apesar de a criatividade ser uma das principais características conhecidas do povo brasileiro, as empresas brasileiras são muito pouco inovativas. De um modo geral, os empresários não conseguem transformar esta peculiaridade nacional em processos inovativos dentro das empresas. A afirmação foi feita pelo economista e professor Carlos Arthur Kruger Passos, durante o 1.º Seminário Criem – Criatividade, Inovação e Empreendedorismo – promovido pelo Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná – Fiep, por meio do Senai.

O evento é o primeiro de uma série que será levada até meados deste ano a toda a equipe pedagógica do Senai de todo o Paraná, reunindo um universo de aproximadamente 500 pessoas. A proposta é formar o professor para que ele não apenas reproduza e ensine aos alunos habilidades técnicas, mas principalmente que passe a estimular nos jovens a criatividade e o empreendedorismo.

"Temos orgulho de tudo o que o Senai fez até hoje e da excelência que conquistou no processo de formação e qualificação dos profissionais para a área industrial, mas agora temos que educar os nossos alunos para serem inovadores, porque é só desta forma que as empresas vão transitar para a Economia do Conhecimento", disse Passos.

Segundo ele, com o processo de globalização e após as revoluções industriais, agora é a vez da Economia do Conhecimento. É isso que vai garantir a diferença competitiva para as empresas. De acordo com Passos, o Senai tem um papel fundamental neste processo, que é estimular as empresas a criarem ambientes inovativos. "Não adianta mais ensinar operários a trabalharem com máquinas velhas, também não adianta ensinar o que daqui a pouco vai estar ultrapassado. Por isso é preciso estimular a criatividade", destacou.

O economista lembrou que a maioria das grandes empresas brasileiras até hoje estabeleceu sua estratégia de crescimento na exploração predatória dos recursos naturais e sempre contou com mão-de-obra abundante e pouco qualificada e, por isso, também mal remunerada. O desafio agora é sair deste padrão e passar para um padrão competitivo. Caso contrário, o País, que fez um enorme esforço de industrialização, "corre o risco de morrer na praia na Era do Conhecimento", advertiu.

A coordenadora do programa Criem/Senai Empreendedor, Sônia Parolin, destaca que serão disponibilizadas a toda a equipe pedagógica do Senai metodologias de estímulo à criatividade como Laboratório de Criatividade, Brainstorm, Bodystorm, Mind Map e Triz – Teoria da Solução Inovativa de Problemas, entre outras. Segundo ela, pesquisas realizadas já comprovaram que a criatividade é indutora do comprometimento organizacional. "As empresas que estimulam a criatividade entre seu corpo funcional têm colaboradores mais comprometidos. São colaboradores que se sentem verdadeiros sócios de suas empresas", afirma.

Para Sonia Parolin, o grande desafio do Senai para a atualidade é preparar o aluno para assumir uma postura intra-empreendedora quando estiver atuando no mercado de trabalho. "É preciso preparar o profissional não apenas para enfrentar o processo atual, mas estar preparado para enfrentar mudanças. Se não assumirmos esta postura, estaremos limitando muito o papel dos educadores", disse.

Um dos professores do Senai que participou do evento, Silmar Alves, disse que além do estímulo à criatividade é fundamental a troca de experiência entre as equipes de professores. "É muito importante esta troca de experiência e conhecimento que certamente vai ajudar muito no processo de formação de nossos alunos", disse Alves, que é professor do curso de estilismo. Segundo ele, embora o estímulo à criatividade seja fundamental, o conhecimento técnico também é muito importante e a falta dele acaba limitando, muitas vezes, o aprendizado.

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