Seca se reflete também nos hortifrútis

A falta de chuva, que trouxe prejuízos de aproximadamente R$ 2 bilhões à safra agrícola do Paraná – conforme estimativa do governo do Estado -, também afetou a produção de hortifrútis, mas em intensidade bem menor. Na Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa-PR), alguns produtos sofreram aumento de preços. É o caso da couve-flor, que custava R$ 10,00 a dúzia no dia 28 de fevereiro e ontem estava sendo comercializada a R$ 22,00 na Ceasa de Curitiba. No Oeste do Estado, uma das regiões mais afetadas pela seca, houve, além de alta nos preços, queda na qualidade de alguns produtos.

?Houve comprometimento sim, mas não nos mesmos níveis dos grãos?, avaliou o gerente da divisão técnica e econômica da Ceasa-PR, Valcir Inácio Wilhelm. Segundo ele, como a falta de chuva foi menor em Curitiba e Região Metropolitana, os reflexos na qualidade e nos preços dos produtos também foram menos expressivos. Além disso, muitos produtores já contam com sistema de irrigação em suas propriedades.

Na RMC, uma das culturas mais atingidas pela estiagem foi a couve-flor, que tem ciclo mais curto. ?Dois ou três dias de seca já afetam o florescimento da couve-flor?, explicou Wilhelm. Em Curitiba, a dúzia do produto saltou de R$ 10,00 para R$ 22,00 em um mês. ?O consumidor tem que ficar atento e fazer substituições quando o produto fica caro?, alertou. Outro produto também prejudicado foi o repolho, cujo tamanho ficou menor por conta da falta de chuva. No caso de folhosas, como a alface, não houve prejuízos porque são irrigadas.

Oeste do Paraná

Na região Oeste, a estiagem não chegou a provocar falta de produtos, mas a qualidade de muitos deles caiu. ?Houve queda na qualidade de hortaliças e folhosas, como alface, chicória, rúcula, almeirão e agrião?, apontou o gerente da Ceasa-PR, unidade Cascavel, João Maria dos Santos Neto. Segundo ele, como tais produtos são irrigados – e houve redução do volume de água nos reservatórios -, as folhosas receberam menos água e por isso não se desenvolveram bem.

?A falta de produtos iria influenciar no preço. Mas como não houve falta, os preços continuaram praticamente estáveis?, observou o gerente da unidade de Cascavel. Apesar disso, segundo ele, alguns produtos tiveram os preços alterados em função do clima. É o caso do chuchu, que chegou a custar R$ 34,00 a caixa de 22 kg, há um mês. Ontem, o preço já havia caído para R$ 17,00.

Com o tomate, o efeito foi inverso: há um mês, a caixa de 23 kg custava R$ 18,00 e agora é comercializada a R$ 35,00. O produto, segundo Neto, vem principalmente de Santa Catarina – estado também afetado pela seca. ?Houve uma queda na produção?, explicou.

O preço da vagem macarrão também sofreu alta, passando de R$ 20,00 para R$ 30,00, a caixa de 17 kg. ?As variações de preços são típicas nessa época do ano. O agravante é a falta de chuva?, apontou o gerente da Ceasa em Cascavel, acrescentando que variações de até 15% são consideradas normais para esse período. O aumento médio, no entanto, tem variado entre 30% e 40%. Na Ceasa de Cascavel, a maior parte dos produtos vem de outros estados, como Santa Catarina e São Paulo. (Lyrian Saiki) 

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