Reservatórios do Nordeste precisam de 85% da ENA até novembro, diz ONS

Os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste precisam de um regime de chuvas equivalente a 63% da média histórica do período seco para chegar ao fim de novembro com 10% de sua capacidade, nível considerado o mínimo necessário para atender a demanda, afirmou nesta segunda-feira, 18, Marcelo Prais, assessor da Diretoria-Geral do Operador Nacional do Sistema (ONS). No Nordeste, a situação é mais crítica: são necessários 85% da Energia Natural Afluente (ENA) em relação ao nível histórico para o período.

“Ao longo de 2015, espera-se chegar a no mínimo 10% no fim do ano. Não é absolutamente confortável, mas é o mínimo para chegar ao fim do ano e assegurar a carga. No Sudeste, não há registro no histórico em que a afluência foi menor do que isso (63% da média). No Nordeste, porém, a situação não é tão favorável assim. Um regime de pelo menos 85% da média não ocorreu em 26 das 83 observações”, contou Prais, durante apresentação no 2º Fórum de Geração Termelétrica, no Rio.

Apesar disso, o cenário já foi “muito mais dramático”, garantiu Prais. Porém, atrasos em projetos de geração e nas obras de transmissão, além da hidrologia desfavorável, fazem com que o cenário ainda não seja tranquilo, admitiu. “Ainda que possamos ter expectativa de aquecimento da oferta 2016 e 2017, essa situação ainda não é confortável. Nível tão depressionado (de chuvas) tem de ter energia térmica muito expressiva”, comentou.

Diante das dificuldades de implementação de projetos, o crescimento médio da capacidade de geração de energia no Brasil passará a 3,3% no período de 2015 a 2019. Antes, esse avanço estava estimado em 3,9%. Além dos obstáculos setoriais, a desaceleração da economia impacta, segundo Prais.

No médio prazo, até 2020, o ONS acredita que é preciso voltar a incluir, “na medida do possível”, reservatórios da matriz elétrica brasileira. Dos projetos hidrelétricos previstos até 2019, 99% são de usinas fio d’água (sem reservatórios, afetadas de forma mais imediata pelo regime de chuvas). O operador também destaca a necessidade de aumentar a participação da geração térmica na matriz brasileira, bem como intensificar o uso de fontes renováveis não-convencionais, como eólica e solar.

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