Renegociações recuperaram a Copel

A recuperação da Copel, por meio da renegociação de contratos e novos investimentos, além dos seus programas sociais, foi o tema da reunião do governador com o secretariado ontem. A apresentação foi do presidente da empresa, Rubens Ghilardi, que detalhou a recuperação e a estabilidade financeira promovida na estatal, a partir da renegociação de três grandes contratos de compra de energia. Esses contratos, fechados na gestão anterior, ?impunham à empresa a compra de uma energia cara e desnecessária?, disse o presidente da empresa.

Ao comparar a situação encontrada em janeiro de 2003 pelo governador Roberto Requião, com o balanço realizado em 2004, Ghilardi foi enfático ao afirmar que ?a Copel foi salva da insolvência pela pronta intervenção do governador?. As previsões eram sombrias. ?A empresa não poderia pagar a folha de funcionários em março de 2003 e iria à falência total, em outubro do mesmo ano?, acentuou.

Não fossem as renegociações contratuais, a companhia teria encerrado o ano com prejuízo de R$ 475 milhões. A pronta intervenção do governo Requião no início de seu mandato, ainda possibilitou um lucro de R$ 171 milhões no final de 2003. ?Isso demonstra que, em apenas um ano, a determinação do governador significou um impacto positivo de R$ 668 milhões aos cofres da Copel?, afirmou Ghilardi.

Conforme projeção apresentada, os contratos de importação de energia com a Cien, na Argentina, e a compra de energia da usina de Itiquira, no Mato Grosso, provocariam uma despesa para a empresa de R$ 2,18 bilhões até o presente momento. Com a renegociação, o gasto não realizado vai significar uma economia de R$ 5,8 bilhões até 2009. ?Isso é mais do que o patrimônio líquido da Copel apurado no balanço de 2004, que chegou a R$ 5,1 bilhões?, comparou.

Ghilardi não incluiu nessa conta o ganho obtido com a suspensão dos pagamentos à usina termelétrica de Araucária – UEG Araucária – controlada pela norte-americana El Paso. A renegociação desse contrato transformou-se em litígio judicial, atualmente em discussão numa corte de arbitragem em Paris e no Poder Judiciário brasileiro.

Recuperação

O governador Roberto Requião admitiu que ainda vai demorar a recuperação total da Copel, nos moldes em que se encontrava a empresa no fim de seu primeiro mandato, em 1994. Quando ele deixou o governo, a Copel tinha 85% das ações e, oito anos depois, foi entregue com apenas 31% das ações. Em dois anos e meio de governo, a Copel recuperou 4% das ações e hoje elas totalizam 35%, que equivalem a 51% das ações ordinárias, que garante o seu controle.

Requião também lamentou o desmonte da empresa, a partir de 1996, que quase resultou na sua privatização, suspensa em função dos atos de terrorismo de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, que levaram ao fechamento da Bolsa de Nova Iorque.

Investimentos

A Copel vem cumprindo um programa de investimentos que deve totalizar R$ 1,26 bilhão até o fim deste ano, sendo a maior parte nos setores de distribuição e de transmissão. Ghilardi criticou a situação em que se encontrava a empresa por falta de investimentos em manutenção. A empresa chegou ao ponto de ficar sem estoque de materiais como alicates e chaves de fenda sem proteção, além de fios e postes em quantidade insuficiente. ?Tudo o que representava custo para a empresa no período pré-privatização foi cortado?, observou.

Projetos sociais beneficiam a população

Durante sua apresentação na reunião do secretariado, o presidente da Copel, Rubens Ghilardi, destacou os programas sociais que a companhia vem desenvolvendo sob a orientação do governador Roberto Requião. A principal iniciativa na área, o programa Luz Fraterna, mereceu capítulo especial por já ter quitado 4,4 milhões de contas de luz para famílias de baixa renda desde sua implantação, em outubro de 2003.

?Esse programa tem beneficiado em média 225 mil famílias carentes a cada mês, o que representa uma população de cerca de 1 milhão de paranaenses das camadas mais pobres, justamente os que mais precisam?, avaliou Rubens Ghilardi. Com o pagamento dessas contas de luz, nenhuma delas com consumo superior a 100 kWh, o governo do Estado despende pouco mais de R$ 2 milhões por mês.

Descontos

Outro benefício é a concessão de descontos na conta de luz para os consumidores pontuais no seu pagamento, que já transferiu para a população paranaense mais de R$ 1 bilhão desde a sua implantação, em junho de 2003. ?Trata-se de um benefício concreto, pois preserva recursos nas mãos do povo e ajuda a aquecer todos os setores da economia?, interpretou o presidente da Copel, Rubens Ghilardi. O desconto é aplicável a consumidores atendidos diretamente pela Copel de todas as categorias, sejam eles residenciais, comerciais, rurais ou industriais, independentemente de condição de renda ou tensão de fornecimento: basta que a fatura de consumo seja paga até a data do vencimento para garantir o desconto na conta do mês seguinte.

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