Brasília
(AE) – A operação de recompra de títulos da dívida externa, com amortizações previstas para 2003 e 2004, já girou mais de US$ 1 bilhão. Segundo o diretor de Assuntos Internacionais do BC, Beny Parnes, o giro envolve a compra e venda de papéis. Ele admitiu que apesar de o governo ter anunciado que a operação de recompra de títulos envolveria o montante de US$ 3 bilhões, o Banco Central poderá ampliar esses recursos.Parnes informou que o Banco Central operou até agora com quatro títulos da dívida externa: Brasil 03, Brasil 04, C-Bond e EI. O diretor do BC informou ainda que a recompra de títulos também poderá incluir papéis com vencimentos superiores aos dois próximos anos.
“Estamos recomprando os papéis com vencimento em 2003 e 2004, mas isso não quer dizer que nós não podemos recomprar outros títulos”, afirmou.
O diretor disse que a estratégia da mesa de operações do BC continuará sendo de “silêncio” e ressaltou que a operação de recompra ainda está aberta e não existe data para o seu fechamento. Ele lembrou ainda que o objetivo do governo está sendo alcançado e que apesar da operação estar reduzindo o custo de financiamento do governo, a oportunidade que está sendo aproveitada pelo BC ocorre por um problema causado pelas turbulências vividas no mercado financeiro internacional.
Caro e irreal
O governo já captou neste ano no mercado externo US$ 3,9 bilhões para um montante de amortizações previstas para 2002 no valor de US$ 3,1 bilhões. Apesar de o teto de captação definido para este ano ser de US$ 5 bilhões, o diretor informou que nas atuais condições no mercado financeiro internacional o Brasil não pretende voltar a captar recursos.
“Nessas condições, não estamos pretendendo voltar a mercado, porque os preços estão caros e irreais”, afirmou. O diretor do BC destacou, entretanto, que isso não significa que o Brasil não poderia voltar a captar recursos no exterior, caso as condições melhorem.