Real não resiste e dólar volta a subir

São Paulo

  – O dólar à vista subiu pelo segundo dia consecutivo e voltou ao patamar dos R$ 3,60, no qual não fechava desde o dia 14. A moeda terminou o dia, ontem, em alta de 1,98%, cotada a R$ 3,605 na compra e R$ 3,610 na venda. Boa parte da pressão veio da tensão do mercado com a rolagem de uma dívida pública de US$ 2,3 bilhões que vence no dia 2. O Banco Central (BC) tentou por duas vezes avançar na rolagem, mas esbarrou na falta de interesse dos investidores.

O BC já renegociou 24,4% da dívida vincenda e ontem tentava ampliar esse percentual, com a oferta de 19.200 contratos de swap cambial com vencimento em 2003. Desde a abertura dos negócios, no entanto, a expectativa nas mesas de câmbio era de que a demanda pelos títulos não seria significativa, e que as taxas pedidas poderiam ser mais altas.

Os investidores também iniciavam o dia de mau humor, repercutindo a aceleração da inflação medida pelo IPCA-15 (+2,08%) e a queda significativa dos títulos da dívida externa brasileira. O leilão de rolagem de US$ 150 milhões em linha externa, realizado pela manhã pelo BC, não impediu a alta do dólar, mas amenizou a pressão.

À tarde o BC confirmou que recusara as ofertas das instituições e que faria uma nova oferta. A segunda rejeição de propostas veio por volta das 16 horas e não chegou a ter reflexos significativos sobre as cotações.

Segundo Sérgio Machado, diretor do Banco Fator, os investidores estão optando pelo dólar físico, principalmente porque é grande a concentração de vencimentos públicos e privados no exterior nos próximos dias. Além disso, diz, há uma grande resistência no patamar dos R$ 2,50, no qual há grande atratividade das cotações.

– Não há notícias novas que justifiquem a queda do dólar para o patamar inferior a R$ 3,50. Enquanto nada de novo e positivo acontece, o mercado trata de se preparar para dezembro, que será um mês muito complexo. Há grande concentração de vencimentos externos e poucos dias úteis -disse Machado.

Bolsa

A Bolsa de Valores do Paraná fechou em queda, ontem, pelo segundo dia consecutivo. O índice fechou em 10.137 pontos, queda de 1,05% e movimento financeiro de R$ 467 milhões.

Voltar ao topo