Queda dos juros valorizou investimento tradicional

São Paulo – A caderneta de poupança volta a chamar a atenção do investidor, depois da forte queda dos juros e redução dos ganhos nos fundos de renda fixa. A taxa básica do mercado (Selic) caiu de 19,75%, em setembro de 2005, para os 13,75% atuais.

A expectativa é que, na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduza o juro para 13,50% ou 13,25%. Este mês, o ganho com a poupança, de 0,63%, já fica acima da rentabilidade líquida de 0,55% a 0,62% projetada para os fundos destinados a pequenos investidores.

?Antes, a poupança atraía o público por ser o investimento mais tradicional; agora, atrai também pela rentabilidade?, diz Eduardo Jucevic, superintendente de investimentos do Banco Real ABN Amro.

Em projeções feitas pelo professor de matemática José Dutra Vieira Sobrinho, a poupança rende mais que os fundos de renda fixa, que cobram taxa de administração igual ou superior a 3% ao ano. O tamanho da taxa de administração é o que diferencia o rendimento nessas carteiras e ela é maior quanto menor o depósito inicial exigido. Por isso, Marcus Matos, superintendente adjunto de captação do Banco Santander Banespa, diz que a poupança se torna uma opção para cliente com baixo volume a investir, ?na faixa até R$ 10 mil?.

Dutra explica que a caderneta não é afetada pelo corte dos juros porque, pela Resolução n.º 2.809 do Banco Central, ela rende sempre um porcentual fixo da taxa de mercado. O ?segredo? é que esse porcentual aumenta à medida que a taxa cai. Quando a taxa de mercado era de 19,50% ao ano, a caderneta rendia 52% dela. Para taxas entre 13% e 14% (atuais), o porcentual é 64%. Esse mecanismo anula o efeito negativo que a redução do juro teria sobre o rendimento da caderneta.

Enquanto a caderneta é isenta do imposto, os fundos são tributados por alíquotas variáveis: investimento de até 6 meses tem alíquota de 22,5%; 6 meses a 1 ano, de 20%; 1 a 2 anos, de 17,5%; acima de 2 anos, 15%.

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