Queda de luz em Curitiba pode ser vandalismo

Um suposto ato de vandalismo deixou 85 mil unidades consumidoras (casas e estabelecimentos comerciais) no escuro ontem à noite e no início da madrugada de hoje em Curitiba. O problema atingiu nove bairros. Em função do incidente a Companhia Paranaense de Eletricidade (Copel) cortou qualquer negociação com os eletricistas em greve até que voltem ao trabalho. Os eletricistas estão em greve há cerca de um mês porque perderam parte do benefício salarial de dupla função (eles ganham remuneração pelo trabalho que executam e pela função de motorista).

 De acordo com informações da Copel, ?os atos tidos como criminosos e de vandalismo? foram praticados em 37 chaves instaladas em diferentes pontos da cidade. As ações começaram por volta das 18h30 e foram até 2 horas. ?A Copel constatou que equipamentos da rede elétrica, protegidos e de difícil manipulação, foram operados de forma criminosa por pessoas com muito conhecimento sobre a operação do sistema, desligando consumidores de propósito e alterando a configuração habitual dos fluxos de energia?, informou ontem a Companhia.

Além de cortar a energia, o ?apagão? colocou os técnicos, que continuam trabalhando, em risco porque com a mudança do fluxo elétrico ?uma linha que, dentro da configuração normal, deveria estar desligada numa situação de contingência podia estar conduzindo eletricidade, conectada indevidamente a algum outro circuito.? Por causa disso, a Copel denunciou o caso à polícia e anunciou que, como o movimento grevista provocou sobrecarga de trabalho em algumas regiões, suspendeu ontem as negociações até que os trabalhadores voltem às suas funções.

Greve

A Copel tem cerca de 2,8 mil eletricistas e, segundo informações da Companhia, nem metade está parado. O presidente do Sindicato dos Eletricitários de Curitiba (Sindenel), Vilmar Alves, afirmou que a adesão é maior que a divulgada pela Copel e que com o fim das negociações o movimento deve tomar mais força com a adesão de cidades do interior. ?Não acredito que isso tenho sido feito por algum profissional da Copel. Ainda mais às vésperas de uma reunião de negociação, quando estávamos quase chegando a um acordo?, defendeu.

Segundo o Sindenel, o piso médio dos eletricistas é de R$ 900. Eles ganhavam em média R$ 500 a mais por mês por exercer a função de motorista. No entanto, a Copel instalou um equipamento nos veículos que monitora o tempo que ficou em movimento. Assim, os eletricistas passaram a ganhar só pelo tempo que dirigem, o que baixou a remuneração para cerca de R$ 120 por mês.

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