Quebra de safra e frio atingem transporte no Estado

Os transportadores de cargas, especialmente do interior do Paraná, estão preocupados. A forte geada que atingiu a região, provocando a perda de aproximadamente 1,3 milhão toneladas do ?milho safrinha? – quebra de aproximadamente 20% na comparação com a expectativa inicial -, sinaliza que a quantidade de cargas a ser transportada também será menor este ano. Não bastasse isso, o preço do frete está baixo por conta do período de entressafra.

?O transporte de cargas é muito dinâmico. Na nossa região (Palotina, oeste do Paraná), a safra que será colhida vai se reduzir substancialmente. Com isso, devem sobrar caminhões, e o preço do frete vai lá para baixo?, comentou o diretor do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Paraná (Setcepar), Laudio Luiz Soder.

Para amenizar os prejuízos, afirmou, muitas transportadoras já estão buscando alternativas. Uma delas é enviar os caminhões para outros estados – como o Mato Grosso -, onde a safra promete ser boa. ?Se a safra for cheia, aumenta a procura por caminhões, e o frete fica com preço bom. Se a safra quebrar, sobram caminhões e o frete vai lá para baixo?, explicou.

Auge

De acordo com Soder, no período de março e abril, quando o transporte da safra agrícola está no auge, o preço do frete chega a subir 20%, 30% ou até 40% em relação ao período atual.

Um frete entre Céu Azul e Paranaguá custa, segundo Soder, R$ 38,00 a tonelada. Uma carreta de 38 toneladas, portanto, tem o frete estimado em quase R$ 1,5 mil. ?Como a distância é de 700 quilômetros, dá quase R$ 2,00 o quilômetro. É um valor muito baixo; tem que conseguir uma carga de retorno?, comentou, lembrando que só em óleo diesel o gasto é de R$ 750,00. ?O litro do óleo diesel custava R$ 1,72 no ano passado e agora, R$ 1,90, sem contar o último aumento. Nesse mesmo período, o preço do frete não subiu.?

Além de buscar cargas em outros estados, Soder vê outra alternativa para driblar as dificuldades: adquirir semi-reboques para o transporte de granéis líquidos e aproveitar o aumento da produção de álcool, que fez crescer a demanda de transporte e está pagando fretes melhores.

?No frete do álcool, estão pagando R$ 70,00 o metro cúbico de Moreira Sales (região noroeste) para Paranaguá?, comparou Soder. Nesse caso, porém, é preciso ter disponibilidade financeira.

Enquanto uma carreta graneleira nova custa R$ 100 mil, aproximadamente, um tanque para o transporte para álcool chega a R$ 160 mil. ?São poucos os que conseguem fazer esta troca?, reconhece Soder. 

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