A queda acumulada de 14,7% na produção industrial brasileira no primeiro trimestre deste ano ante igual período do ano passado representa o maior recuou trimestral apurado pelo IBGE desde o primeiro trimestre de 1991.
Segundo o coordenador de indústria do IBGE, Silvio Sales, a queda acumulada nos dois últimos trimestres – ou seja, os três últimos meses de 2008 somados aos três primeiros meses de 2009 – é de 16,7% e representa a mais elevada perda no acumulado de dois trimestres desde o Governo Collor, no segundo trimestre de 1990.
Porém, o índice de média móvel trimestral da produção industrial brasileira, que sinaliza tendência, reverteu a trajetória de cinco meses de queda e registrou alta de 1,6% no trimestre encerrado em março, ante o intervalo terminado em fevereiro. Nos cinco meses de queda, o índice acumulava uma perda de 18%.
Revisão
O IBGE anunciou hoje a revisão de dados da produção industrial de fevereiro, anunciados no mês passado. Segundo a entidade, na comparação de fevereiro ante janeiro, a alta de 1,8% apresentada anteriormente passou para +1,9%. A mudança se deve à introdução de novos dados na série com ajuste sazonal.
Em base anual, o IBGE também revisou o dado de fevereiro. Na comparação com fevereiro de 2008, a queda de -17% no período foi revisada para um recuo de 16,8%. Neste caso, o coordenador de indústria do instituto, Silvio Sales, disse que a revisão se deve a novos dados primários informados pelas empresas consultadas na pesquisa.
Setores
A produção nacional de bens de capital (máquinas e equipamentos), que sinaliza os investimentos, caiu 6,3% em março ante fevereiro e recuou 23% ante março do ano passado, segundo o IBGE.
A categoria de bens de capital foi a única a apresentar queda na produção ante mês anterior. Nessa comparação, houve expansão em bens intermediários (0,3%), bens de consumo duráveis (1,7%) e bens de consumo semi e não duráveis (0,8%).