Presidente do BCE diz que controle bancário só funcionará em 2014

O presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi, afirmou hoje em Tóquio que a instituição responsável pela fiscalização dos bancos da zona do euro só entrará em vigor em janeiro de 2014, um ano após sua implantação.

Em entrevista coletiva, Draghi informou que o tempo é necessário para a elaboração de um marco operacional completo para o fundo. No entanto, disse que a data não fará diferença “se o compromisso dos membros for firme”.

Pouco antes, em meio à reunião do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial, o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Olli Rehn, aplaudiu os avanços para a união bancária, mas alertou que não é suficiente para recapitalizar os bancos.

Para isso, será necessário também um pedido de um Estado membro, um memorando para modelar o processo e um acordo sobre o modo e as condições essa injeção de recursos será realizada.

Ele também pediu que no sistema sejam evitados “buracos negros”, como os ocorridos na Irlanda e no caso do espanhol Bankia, que foi estatizado em junho.
Situação melhor

Na entrevista, Draghi indicou que a situação no euro é melhor que no início do ano, mas que os governos não devem se contentar e prosseguir os esforços para restaurar o crescimento.

Ele qualificou como muito significativo o nível de resposta fiscal dos 17 países da moeda única se comparado a outras partes do mundo, como Estados Unidos e Reino Unido.

O chefe do banco também destacou a resistência das instituições e o aumento em 200 bilhões de euros (R$ 520 bilhões) em seu capital disponível.
“Parece que o sistema bancário da zona do euro, centro de muitas preocupações durante meses, é mais resistente do que o imaginado no final do ano passado”, afirmou.

As declarações foram feitas, apesar do relatório de perspectivas econômicas do FMI (Fundo Monetário Internacional) apontar que a Europa terá dificuldades de recuperação e menor crescimento que as estimativas anteriores.

A mensagem de otimismo prudente e “menor pessimismo” de Draghi e Rehn aconteceu durante uma assembleia do FMI e do BM, na qual os problemas da eurozona centraram boa parte dos debates.

A diretora-gerente do Fundo, Christine Lagarde, mostrou-se a favor de dar aos países com problemas o tempo necessário para assimilar os programas de ajustes e apontou que no caso da Grécia seriam precisos dois anos adicionais.

Voltar ao topo