Presidente do BC inglês quer cisão de grandes bancos

O presidente do Banco da Inglaterra (o BC do Reino Unido), Mervyn King, defendeu ontem a cisão das grandes instituições financeiras, ao dizer que uma nova regulamentação não será suficiente para evitar a quebra dos grandes bancos. King já havia expressado preocupações com os riscos oferecidos pelos grandes bancos, mas as considerações de ontem foram consideradas particularmente agressivas. Elas ganharam importância também porque o Partido Conservador, que pode assumir o governo após as próximas eleições, tem defendido a concessão do poder de supervisão dos bancos para o Banco da Inglaterra.

Os ministros das finanças europeus partilham das preocupações de King sobre o risco sistêmico e ontem chegaram a um acordo de princípios para estabelecer um órgão supervisor financeiro abrangendo os 27 países do bloco. Pela proposta, o Banco Central Europeu (BCE) será responsável pelas questões relacionadas ao risco sistêmico. Mas o Reino Unido disse não estar pronto para assinar formalmente o acordo, em consequência de preocupações relacionadas à “soberania fiscal” associadas aos seus três órgãos supervisores – de bancos, mercados financeiros e seguradoras. A objeção britânica não deve, entretanto, atrasar um acordo em seu atual estágio.

“A imaginação completamente criativa do setor financeiro, para pensar novas maneiras de assumir risco, irá ao final, acredito, nos forçar a enfrentar a questão ‘muito grande para falir'”, afirmou King em discurso a executivos escoceses ontem. “A crença de que uma regulação apropriada possa garantir que as atividades especulativas não resultem em falência é uma ilusão”, afirmou King. Como presidente do Banco da Inglaterra, King não regula o sistema bancário, o que cabe à Autoridade de Serviços Financeiros (FSA, na sigla em inglês). As informações são da Dow Jones.

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