Preços monitorados recuaram 1,30%

Os preços administrados por contrato e monitorados recuaram 1,30% em Curitiba no mês de abril, segundo informações divulgadas ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR), em parceria com o Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR). Com o resultado de abril, os preços monitorados acumulam no ano alta de 0,36% e, nos 12 meses, aumento de 2,45%.

A queda do preço da gasolina foi o principal fator que puxou o índice de inflação para baixo. Em abril, o litro do combustível ficou 4,97% mais barato, passando de R$ 2,52 em média para R$ 2,39. Para o supervisor técnico do Dieese, Cid Cordeiro, a queda se deve a dois movimentos: redução do preço do combustível nas distribuidoras e queda da margem de lucro dos donos de postos. No mês passado, conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o lucro médio por litro de gasolina vendido foi de R$ 0,17 – o menor desde fevereiro de 2005. Em março, o lucro médio havia sido de quase R$ 0,25. Em termos percentuais, a margem passou de 10,99% em março para 7,90% em abril.

Em meio a esse cenário, Curitiba apresentou o litro da gasolina mais barato entre 16 capitais pesquisadas pelo Dieese, a R$ 2,39. O mais caro foi encontrado em Porto Alegre (R$ 2,75). No Estado, entre 31 municípios pesquisados, Curitiba também registrou o menor preço. O maior foi verificado em Laranjeiras do Sul, a R$ 2,69.

A má notícia é que a queda do preço registrado em abril não se sustentou. Na última semana do mês, o litro havia subido para R$ 2,53, em média, valor que tem se mantido.

O álcool combustível, que não faz parte da cesta de tarifas públicas, mas cujo movimento de preço é acompanhado pelo Dieese-PR e Senge-PR, também registrou queda de 5,59%. Assim, o preço médio passou de R$ 2,00 em março para R$ 1,89 em abril. A queda se deve ao preço nas distribuidoras – que vem reduzindo com o início da safra da cana-de-açúcar – e também à redução da margem de lucro dos donos de postos.

Na comparação com outras capitais, Curitiba apresentou o terceiro álcool combustível mais barato (R$ 1,89), atrás de João Pessoa (R$ 1,87) e São Paulo (R$ 1,73). O mais caro foi verificado em Porto Alegre (R$ 2,55). Quanto à variação, a capital paranaense registrou a maior queda no preço (-5,59%), ao lado de São Paulo (-2,59%) e de João Pessoa (-0,32%). As outras 13 capitais pesquisadas tiveram aumento de preço. E ao contrário da gasolina, o preço do álcool combustível só vem caindo. Em Curitiba, já é possível encontrar o litro a R$ 1,65. ?Para quem tem carro flex, volta a ser interessante abastecer com álcool?, apontou Cordeiro. Supondo que o litro da gasolina esteja sendo vendido por R$ 2,50 e o do álcool a R$ 1,70, a diferença de 68% mostra que é vantajoso abastecer com o derivado da cana.

Outros itens

Ainda no setor de combustíveis, o gás de cozinha (GLP) registrou queda de 0,10% em abril. Com isso, o preço médio do botijão de 13 kg passou de R$ 30,23 para R$ 30,20. ?Em 2005, a média era R$ 28,70, mas o gás já começou este ano num patamar mais elevado, acima de R$ 30,00?, observou o economista do Dieese-PR. Outro item que ajudou na deflação foi o transporte coletivo, com queda de 1,15%, por conta da tarifa domingueira aplicada nos dois feriados do mês.

Para maio, segundo Cordeiro, os combustíveis devem pressionar novamente os preços monitorados. Já em junho, a expectativa é sobre os reajustes da energia elétrica e do telefone fixo, que ocorrem no final do mês. ?A Sanepar não reajustou o preço da água nem do esgoto em janeiro. Nossa expectativa é que possa ocorrer o mesmo com a energia elétrica?, arrematou o presidente do Senge-PR, Ulisses Kaniak.

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