Preço da gasolina cai e volta a ficar abaixo de R$ 2

gasolina130205.jpg

Litro da comum volta ao
preço de três meses atrás.

Em meio a tantas contas vencendo nessa época do ano, como o IPTU e o IPVA, o motorista curitibano está tendo, pelo menos, uma boa notícia: o preço do litro da gasolina comum vem caindo nas bombas e surpreendendo quem voltou do feriado de Carnaval. Em diversos postos, o litro, que chegou a custar R$ 2,29, está saindo por menos de R$ 2,00 – valor que não era praticado em Curitiba desde novembro, quando houve o último reajuste de combustíveis pela Petrobras.

O sobe-e-desce do preço da gasolina se tornou uma constante, muitas vezes inexplicável, na vida dos curitibanos. Dessa vez, não é diferente: a redução do preço continua sem uma explicação concreta. Para o gerente do Auto Posto João Bettega, Cássio Luiz Della Vechia, a queda se deve essencialmente à concorrência. "A concorrência é grande. Temos que acompanhar os preços, senão a gente não vende", afirmou. Desde quinta-feira, o litro da gasolina no posto localizado no bairro Novo Mundo está sendo comercializado a R$ 1,997. "A gasolina custava R$ 2,099. Caiu para R$ 2,07, R$ 2,05, R$ 2,01 e agora chegou a R$ 1,997", atestou.

Com o preço em queda, o lucro também é menor. De acordo com o gerente do posto João Bettega, a margem de lucro passou de R$ 0,09 para R$ 0,06 a R$ 0,07. "É uma margem pequena, mas ainda há como trabalhar. A distribuidora – no caso, a Ipiranga – também está trabalhando para dar custos mais acessíveis", afirmou. O preço de custo da gasolina, segundo ele, está entre R$ 1,92 e R$ 1,93.

Resistência

Enquanto alguns vêm reduzindo o preço da gasolina nas bombas, outros resistem à idéia. É o caso do Auto Posto das Tartarugas, no Prado Velho, de bandeira branca, onde o litro da gasolina comum é vendido a R$ 2,19. Segundo o dono do posto, Jair Massuchin, não há como praticar preço menor. "Prefiro deixar de vender a operar no prejuízo", afirmou. De acordo com ele, o preço de custo da gasolina comum tem variado entre R$ 1,98 e R$ 2,02, e vender o litro a R$ 1,99 é impossível. "É muito fácil entender o que acontece em Curitiba: ainda há muitos adulteradores e sonegadores, que acabam contaminando a cidade inteira", criticou. Segundo Massuchin, as grandes companhias oferecem subsídios aos postos, para acirrar a concorrência com os vizinhos desleais. "Quando precisa socorrer, a distribuidora oferece subsídio até o marginal vizinho não agüentar e fechar as portas. É por isso que há mais de 40 postos fechados", disse Massuchin. "O preço da gasolina a R$ 1,99 é ilusório", arrematou. (Lyrian Saiki)

Voltar ao topo