Portos do Paraná terão aporte de R$ 212 milhões

Os portos paranaenses de Paranaguá e Antonina receberão investimentos de R$ 212 milhões em projetos de modernização que permitirão a operação em capacidade máxima. O plano de ação foi apresentado ontem pelo superintendente da Appa (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina), Eduardo Requião, na reunião do secretariado estadual. Quando assumiu o Porto, o superintendente encontrou um passivo de US$ 230 milhões. “Hoje, em sete meses de governo, o Porto tem em caixa US$ 33 milhões”, relatou. As obras serão feitas com recursos do Estado, da União e da iniciativa privada. Neste ano, a Appa estima movimentar 31,5 milhões de toneladas nos portos de Paranaguá e Antonina – contra 28,5 milhões em 2002.

A maior obra no Porto de Paranaguá é a construção dos 820 metros do Cais Oeste, que aguarda a liberação da ordem de serviço do Ministério dos Transportes. O custo inicial da obra, de R$ 190 milhões, passou para R$ 150 milhões, depois de revisada pela nova administração da Appa. O novo cais será construído com verba federal e do Porto, com previsão de conclusão em três anos. Serão três novos berços de atracação de navios, que se somarão aos 16 existentes no Porto de Paranaguá. Isso significa o embarque de mais 1,2 milhão de toneladas de grãos. Com capacidade máxima para embarque de 108 mil toneladas/dia, o Porto tem registrado média de 50 mil toneladas/dia.

No Cais Oeste, a Appa pretende implantar um terminal de passageiros, que atenderá tanto navios de turismo quanto transportadores de grãos. Após a construção do Cais Oeste, será feita a dragagem. O aprofundamento dos 18 quilômetros do Canal da Galheta de 41 para 43 pés permitirá o acesso de embarcações de grande porte a Paranaguá. No Porto de Antonina, está previsto o aprofundamento do canal, que tem um quilômetro, de 18 para 33 pés.

Terminais

Dentro de, no máximo 60 dias, está prevista a inauguração do terminal público de contêineres de Paranaguá, fruto de investimento de R$ 11 milhões. O superintendente da Appa destaca que o novo terminal permitirá a concorrência de preços no segmento de contêineres, até então operado com exclusividade pelo Terminal de Contêineres de Paranaguá. No ano passado, o TCP movimentou 270,8 mil contêineres. Neste ano, já totaliza 152 mil. Até 2005, a previsão é que o terminal privado e o público movimentem 500 mil contêineres.

Também está previsto para começar a funcionar ainda neste ano em Paranaguá o terminal público de fertilizantes, com investimento de R$ 13 milhões. A previsão é entrar em operação 60 dias após a licitação. As esteiras terão capacidade para mil toneladas de mercadoria por hora. A instalação desse terminal, conforme a Appa, se justifica pelo crescimento da importação de fertilizantes, que totalizou 4,066 milhões de toneladas no ano passado. Nesse ano, já são 2,690 milhões de toneladas, 400 mil a mais que no mesmo período do ano passado. Hoje, o único terminal de fertilizantes do Porto é privado, da Fospar.

Outro investimento, de R$ 30 milhões, será feito no Terminal de Granéis Líquidos em Antonina. O projeto prevê um cais pier com 180 metros lineares e 60 mil metros quadrados de área de instalações operacionais. O terminal terá capacidade de tancagem de 30 mil metros cúbicos, com possibilidade nominal de movimentar 120 mil metros cúbicos por mês. A previsão de início de operação – que desafogará o escoamento de óleos vegetais e derivados de petróleo por Paranaguá – é de seis meses.

Zona alfandegada

Entre as metas da Appa, está ainda a criação de uma área alfandegada em Paranaguá, com investimento de R$ 8 milhões. O Distrito Industrial, que deve ficar pronto em dois anos, permitirá a instalação de 22 empresas numa área de 340 mil metros quadrados. As empresas interessadas em montar equipamentos na cidade portuária receberão as vantagens dos regimes aduaneiros especiais. Com este projeto, a Appa estima a geração de 2.500 empregos.

Projeto vai combater a fraude

Na reunião com os secretários, o superintendente da Appa Eduardo Requião anunciou um projeto de certificação digital para eliminar a prática de notas frias pelas empresas que operam no Porto de Paranaguá. “Somente no ano passado foram desviados US$ 25 milhões com notas frias”, revelou.

O projeto prevê ainda a contratação de uma empresa seguradora brasileira, que fará o seguro de qualidade do produto exportado pelo Porto.

Voltar ao topo