Política fiscal ajudará a reduzir compromissadas, diz subsecretário do Tesouro

O subsecretário da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Paulo Valle, afirmou nesta sexta-feira, 13, em conferência organizada pelo Citi, que a política fiscal contracionista deste ano dará condições para reduzir o volume de operação compromissadas realizadas pelo Banco Central para enxugar a liquidez do mercado. Segundo ele, o Tesouro Nacional e o BC trabalham coordenados nessa estratégia.

Na conferência, Valle explicou que o aumento do volume de compromissadas, que bateu recorde e superou R$ 800 bilhões, reflete, sobretudo, o incremento das reservas internacionais brasileiras a partir de 2006. Em 2014, a redução do superávit primário contribui para a elevação das operações.

Agora, com o reforço da política fiscal e o compromisso do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, com o cumprimento da meta de superávit primário em 2015, Valle disse acreditar que há condições para a redução das operações compromissadas.

Na teleconferência, o subsecretário evitou falar sobre as operações de swaps cambiais realizadas pelo Banco Central e concentrou sua apresentação no Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2015. Ele praticamente repetiu o discurso apresentado, na ultima quarta-feira, durante o anúncio do documento. Valle ressaltou a evolução da dívida nos últimos anos e afirmou que a composição do perfil do endividamento alcançou a composição ótima.

Questionado sobre o avanços no perfil da composição dos títulos, com o aumento de prefixados e de papéis corrigidos pela inflação, ele destacou que a prioridade esse ano na estratégia do Tesouro de emissões é “maturação e custo”.

Ele destacou que a combinação de títulos prefixados e atrelados à inflação chegou a 76,5% do total da Dívida Pública Federal (DPF) em dezembro de 2014. Em 2003, o estoque era de 10,3%. Ele não respondeu especificamente quando essa parcela de títulos, considerados de menor risco de financiamento, ultrapassará 80%.

Emissões externas

Valle repetiu que o Tesouro Nacional voltará ao mercado internacional com emissões de títulos da dívida externa, mas destacou que o governo não precisa de dólares para se financiar. “Queremos continuar acessando mercado externo”, disse ele, ressaltando que é importante reforçar os benchmarks na estrutura a termo de taxa de juros externa do País. O foco será emissão em dólar e euro.

O governo já comprou todos os dólares – US$ 5,6 bilhões – necessários ao pagamento dos vencimentos da dívida externa. Ele reiterou que o governo vai continuar com o programa de recompra antecipada dos bônus externos em mercado (Buyback).

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