O agricultor Antônio Sérgio da Silva, que vive na Vila Rural Alto Alegre, em Juranda, Oeste do Estado, teve um lucro de R$ 2 mil vendendo o maracujá que produziu em seu lote na última safra. São 600 árvores no terreno, que produziram nesta safra mais de 3 toneladas de fruta.
Antônio vende 50 quilos de maracujá por dia, a R$ 0,70 cada, na Ceasa de Cascavel, em mercados de Juranda e municípios da região. O vileiro cultiva maracujá com ajuda da mulher e do filho. “Minha mulher cuida de retirar e congelar a polpa da fruta”, explica. É também a própria família que cuida da polinização das árvores.
A família de Antônio vive na Vila Rural Alto Alegre desde sua inauguração, há cerca de três anos. “Antes de vir para cá, passamos por momentos difíceis. Até deixamos o Paraná em busca de trabalho. Mas hoje estamos felizes e queremos garantir esta terra e a nossa casinha”, afirma o agricultor.
O sucesso obtido por Antônio está estimulando outros vileiros a investir no cultivo da fruta. Doze famílias que vivem na Vila Rural Verdes Campos, em Ubiratã, município vizinho a Juranda, vão receber sementes e insumos para plantar 3 mil pés de maracujá, com financiamento do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf). Os agricultores pretendem comercializar o produto com mercados e indústrias do Paraná e São Paulo.
“Dar uma possibilidade real de melhoria de vida ao agricultor volante é preocupação básica do programa Vila Rural. É por isso que investimos também nos Galpões da Vila, barracões comunitários onde os moradores podem fazer cursos profissionalizantes e até organizar suas cooperativas”, diz o secretário estadual da Habitação e presidente da Cohapar, Rafael Dely.
Um exemplo do trabalho feito nos galpões pode ser conferido na vila rural de Juranda. O morador Jair Aparecido Cordeiro aprendeu num curso com técnicos da Emater a fabricar cadeiras e mesas de bambu. A produção está sendo vendida na Casa do Artesão do município. Jair e dois sócios fabricam quatro peças por semana e garantem que os lucros já podem ser contabilizados.
As vilas rurais foram implantadas pelo governo do Estado em 1995. Nelas, estão sendo assentadas 16 mil famílias de agricultores rurais volantes, os bóias-frias, que recebem uma casa de alvenaria, com luz e água encanada, mais um lote de 5 mil metros quadrados de terra para plantar e criar pequenos animais. Até o final de 2002, o Paraná terá 412 vilas, em 276 municípios.