Petróleo nacional segurou preço interno

Rio (AE) – A Petrobras passou incólume à disparada do preço do petróleo no segundo trimestre graças à utilização de um volume maior de petróleo nacional, mais barato do que o importado, em suas refinarias. A empresa informou ontem que o custo do óleo brasileiro foi, em média, de US$ 43,04 por barril, contra uma cotação média de US$ 51,63 do Brent (referência internacional de preços) no mercado internacional. No segundo trimestre, 81% do petróleo processado em refinarias da estatal foi produzido no País.

A marca é resultado de um programa de investimentos na adequação das instalações de refino que prevê aportes de US$ 8,5 bilhões até 2010. A estratégia é adequar os equipamenrtos para o pesado petróleo nacional, reduzindo, assim, a necessidade de importações de óleo leve. No segundo trimestre do ano passado, por exemplo, apenas 73% do óleo processado no Brasil era nacional. Com a disparada da cotação do petróleo, a necessidade de aproveitar a produção própria aumentou.

O preço médio dos derivados vendidos pela empresa foi de US$ 55,27 por barril durante o trimestre. Ou seja, mesmo acrescentando o custo de refino de US$ 2,01 por barril, a estatal conseguiu uma margem média de US$ 10 em cada barril de petróleo nacional utilizado em suas refinarias. Se usasse apenas o Brent, a empresa teria sua margem reduzida para US$ 1,67 por barril.

Esta estratégia garantiu à Petrobras um aumento de 25% no lucro da área de abastecimento, responsável pelo refino e exportação de petróleo e derivados, que atingiu R$ 1,9 bilhão no trimestre. Permitiu, também que os preços da gasolina, diesel e GLP, que representam 70% de sua receita com derivados, ficassem estáveis no período.

O gerente da área de exploração e produção da companhia, José Luiz Marcusso, preferiu a cautela ao analisar os superávits comerciais da companhia, que já se repetem a dois trimestres. Segundo ele, a estatal ainda não produz petróleo suficiente para abastecer todo o mercado brasileiro, que consome 1,8 milhão de barris por dia. A produção média, em 2005, deve ficar em 1,7 milhão de barris por dia.

?Em 2006, vamos produzir 1,9 milhão de barris para um mercado de 1,9 milhão de barris. Aí, sim, chegaremos à auto-suficiência?, afirmou.

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