Petrobras: ‘uma hora a redução dos preços vai ocorrer’

A possibilidade de redução nos preços do diesel e da gasolina é cogitada pela Petrobras, mas ainda não existe um prazo para que a diminuição ocorra, destacou hoje o presidente da estatal, José Sérgio da Gabrielli. Ele voltou a afirmar que “não é interesse da companhia passar para o mercado interno a volatilidade dos preços internacionais do petróleo”. “Preço só será reduzido quando diminuir a volatilidade no mercado futuro. Uma hora a redução vai ocorrer, só não sabemos quando”, disse.

Ele lembrou que a necessidade de redução dos preços é uma imposição do próprio mercado. “Se não reduzirmos os preços, as demais distribuidoras vão começar a importar óleo. Só não começaram ainda exatamente por conta da volatilidade. Ninguém sabe de quanto será o preço em 30 dias”, disse Gabrielli, lembrando que, no caso da importação, a distribuidora paga pela carga no dia em que recebe, tradicionalmente de 30 a 90 dias após a compra.

Gabrielli também comentou que a base de comparação da Petrobras para avaliar a possibilidade de uma redução não reflete apenas os preços dos dois combustíveis no Golfo do México, mas também outros mercados e componentes. “É preciso levar em consideração uma série de coisas: o preço do petróleo sim, mas também o preço do álcool no mercado futuro, o dólar no futuro, entre outros diversos componentes que afetam diretamente o mercado brasileiro”, disse.

Ele destacou que sua posição é a mesma do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que ontem declarou que haverá uma redução de preços, mas ainda não sabia quando. “Eu e o ministro dissemos exatamente a mesma coisa. Não há controvérsia. Quem entendeu o contrário, entendeu errado”, disse.

Gabrielli negou uma possível pressão política sobre a Petrobras para a redução dos preços dos combustíveis. “Não é uma questão de influência política ou não. A decisão nunca é política só nem somente econômica. Sempre tem um pouco das duas coisas, já que o sócio majoritário é o governo federal e a empresa produz 99% dos combustíveis que o País consome”, afirmou.