Petrobras tem lucro recorde de R$ 25,9 bilhões

Foto: Arquivo

Receita líquida superou os R$ 158 bilhões, durante o ano passado.

A Petrobras registrou lucro líquido recorde de R$ 25,919 bilhões em 2006, uma alta de 9% sobre os R$ 23,725 bilhões do ano anterior. Em comunicado ao mercado, divulgado ontem, a empresa diz que obteve receita bruta de R$ 205,403 bilhões, com alta de 15%, e receita líquida de R$ 158,239 bilhões, com aumento de 16%.

O lucro operacional antes do resultado financeiro, da equivalência patrimonial e dos impostos cresceu 6%, para R$ 42,237 bilhões, e o resultado financeiro ficou em R$ 1,332 bilhão negativo, com recuo de 53%. O lucro líquido por ação aumentou 9%, de R$ 5,41 para R$ 5,91.

A margem bruta da Petrobras em 2006 foi de 40%, ante 44% no ano anterior, e a operacional passou de 29% para 27%. A margem líquida passou de 17% para 16%. A companhia registrou Ebitda de R$ 52,061 bilhões em 2006, um aumento de 9%. As informações são consolidadas. A margem Ebitda passou de 35% para 33%.

No comunicado, a Petrobras também destaca o nível recorde de investimentos realizados no ano passado, de R$ 33,686 bilhões.

Preços

O preço dos derivados de petróleo, que incluem gasolina, diesel e outros, subiu em média 21% no mercado brasileiro em 2006, segundo divulgou ontem a Petrobras. Ainda assim, o valor ficou abaixo do praticado no mercado norte-americano. De acordo com o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, no Brasil o preço médio por barril de derivados no ano passado foi de US$ 70,92, contra US$ 75,50 nos Estados Unidos. Além de gasolina e diesel, os derivados contam ainda com querosene de aviação, nafta, óleo combustível e gás liquefeito de petróleo. Em 2005, o valor médio do barril no mercado doméstico era de US$ 58,58.

O diretor afirmou que o aumento do preço, unido a um crescimento de 3% na produção média nacional, foram as principais contribuições para que a Petrobras atingisse em 2006 um lucro recorde.

?No longo prazo, o preço que praticamos proporcionou à Petrobras o maior crescimento de lucro entre várias companhias multinacionais que já divulgaram o seu balanço (Chevron, ConocoPhilips, Exxon, Shell e BP), num porcentual de 22,3% sobre o ano de 2005, ante uma média de 11,2% das demais. Por isso insistimos que fazer comparação no momento em que o preço cai ou sobe é inadequado. A política de preços da Petrobras é e vai ser no longo prazo?, disse o diretor em entrevista coletiva à imprensa, na sede da estatal, para a divulgação dos resultados financeiros da companhia em 2006.

2007

Barbassa fez projeções otimistas para 2007. Segundo ele, um fator positivo já poderá ser sentido no primeiro trimestre, em reflexo da queda do preço do barril de petróleo no mercado internacional.

Perdas internacionais impactaram os resultados

Os negócios da área internacional da Petrobras impactaram fortemente os resultados da empresa em todo o ano passado e especialmente o quarto trimestre, segundo Almir Barbassa. Ele informou que os resultados da companhia no exterior caíram de R$ 1,45 bilhão em 2005 para R$ 350 milhões em 2006, volume 76% menor.

As principais razões apontadas por Barbassa foram as mudanças nas regras dos contratos na Venezuela, onde a Petrobras detinha 100% das ações de campos exploratórios e passou a ter 40%. Essa alteração representou uma perda de receita de R$ 370 milhões.

Além disso, segundo Barbassa, o aumento dos impostos na Bolívia, desde o decreto de nacionalização das reservas naquele país, em maio do ano passado, fez com que a Petrobras elevasse a contribuição com royalties e tributos em mais R$ 210 milhões. Com isso, o lucro bruto da companhia na Bolívia, que era de R$ 261 milhões em 2005, passou para R$ 57 milhões em 2006.

No total, a Petrobras passou a pagar em 2006 R$ 1,2 bilhão em tributos, royalties e participações especiais no exterior, frente a R$ 719 milhões em 2005, o que representa uma elevação de 67% de um ano para outro.

De acordo com Barbassa, os resultados internacionais também foram impactados por um antigo contrato de hedge com a empresa boliviana Andina, que foi suspenso com o decreto lançado pelo governo local boliviano no ano passado.

Também contribuíram para impactar os resultados da Petrobras no exterior, o aumento de despesas gerais e administrativas, principalmente na Argentina, ?onde os salários subiram mais do que a média?, segundo Barbassa, além de despesas com empresas adquiridas no Uruguai, Paraguai, Colômbia e Estados Unidos.

Voltar ao topo