Petrobras e YPFB voltam a se reunir em dezembro

Rio (AE) – A Petrobras e a estatal boliviana YPFB voltarão a se reunir no início de dezembro para tentar chegar a um acordo sobre o preço do gás importado pelo Brasil. Em encontro terminado anteontem, as duas empresas decidiram realizar uma nova rodada de reuniões entre 4 e 8 de dezembro, em local ainda não definido. O prazo final para as negociações vence no dia 10. Ontem, a Câmara dos Deputados da Bolívia aprovou os 44 contratos assinados com as petroleiras que operam no país.

Representantes da Petrobras e da YPFB estiveram reunidos esta semana em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, em mais uma tentativa de chegar a um acordo. Os bolivianos querem aumentar o preço do gás para, pelo menos, US$ 5 por milhão de BTU. A Petrobras paga atualmente pouco mais de US$ 4 e diz que não há espaço para reajustes além dos previstos em contrato. As negociações sobre os preços já foram prorrogadas três vezes. Caso não haja consenso, a YPFB pode optar por recorrer a arbitragem internacional.

Ontem, o presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu ao senado boliviano que aprove os contratos de exploração e produção assinados com as petroleiras que operam no país. Os 44 documentos foram aprovados pela Câmara dos Deputados na quarta-feira, sem qualquer resistência da oposição, que não compareceu à votação. A única recomendação feita pelos deputados foi que o governo reforce a área de fiscalização da YPFB, para garantir maior controle sobre os volumes produzidos e investimentos feitos pelas multinacionais.

Os contratos só entrarão em vigor após aprovação pelo senado. O governo, no entanto, enfrenta dificuldades na chamada Câmara Alta, depois que os senadores do partido oposicionista Poder Democrático e Social (Podemos) anunciaram um boicote às votações. ?Não é possível fechar o senado defendendo interesses de latifundiários?, reclamou Morales. Os parlamentares do Podemos decidiram protestar contra o que chamam de ?autoritarismo? do governo nas discussões sobre a nova lei de reforma agrária do país. Sem eles, não há quórum para novas votações.

Em retaliação, o porta-voz da Presidência da República, Álex Contreras, divulgou ontem uma lista com 14 parlamentares da oposição ou simpatizantes que detêm grandes propriedades rurais nos departamentos (estados) de Santa Cruz e Beni.

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