La Paz (AE) – A Petrobras e a estatal boliviana YPFB devem ampliar, mais uma vez, o prazo de negociações sobre os preços do gás natural importado pelo Brasil, que deveriam ser concluídas nesta quinta-feira. O presidente da YPFB, Juan Carlos Ortíz, disse ontem que as duas empresas continuam conversando, mas fontes garantem que o prazo será estendido.
Os bolivianos querem aumentar o preço para até US$ 7,5 por milhão de BTU, alegando que a cotação atual, em torno dos US$ 3,80, está defasada em relação ao mercado internacional. A Petrobras, por sua vez, nega que haja espaços para novos aumentos. No último dia 1.º, o gás importado subiu 2,1%, seguindo a fórmula de reajuste trimestral prevista em contrato.
Ontem, a Prefeitura de La Paz (equivalente no Brasil ao governo estadual) informou que vai pedir ao governo central a expropriação de uma concessão exploratória da Petrobras no norte do departamento. Por falta de acordo, o prazo para negociações a respeito do preço do gás foi ampliado há dois meses.
Em rápida entrevista hoje, Ortíz informou que está mantendo contatos telefônicos com a Petrobras para definir a questão. ?Tivemos uma reunião na última sexta-feira e combinamos acordar por telefone, essa semana, qual será o próximo passo?, afirmou. Caso não haja acordo, a parte que pediu a revisão – a Bolívia – pode decidir pela arbitragem internacional.
Observadores próximos lembram que o último pedido de revisão do contrato, feito pela Petrobras no início da década, foi discutido durante quase dois anos sem que as partes chegassem a uma definição e sem que a estatal brasileira apelasse à arbitragem.
Nas negociações dos novos contratos de concessão, o governo da Bolívia mantém o prazo estipulado no decreto de nacionalização, que vence em 28 de outubro, informou o vice-ministro de exploração e produção, Guillemo Aruquipa. Segundo ele, o governo recebeu na terça-feira (10) os primeiros informes sobre as auditorias feitas em 56 campos de petróleo no país e os dados serão analisados até o fim desta semana.