Pesquisa industrial e IPCA de junho saem nesta semana

A primeira semana de julho traz uma quantidade menor de divulgações de indicadores econômicos que as anteriores. Não deixará de conter, entretanto, resultados importantes que o mercado financeiro acompanhará com bastante atenção. Os destaques para o período serão a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) de maio e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho, ambos divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE).

A PIM será anunciada na quarta-feira (4) pelo instituto e deverá trazer o comportamento da indústria ainda no quinto mês do ano. Em abril, após seis meses consecutivos de expansão, a indústria apresentou queda de 0,10% na comparação com março, classificada pelo IBGE como uma "acomodação", após um período de crescimento. No confronto com abril do ano passado, houve aumento de 6,00%, o maior apurado pela PIM ante igual mês de ano anterior desde junho de 2005, o que deixou os especialistas no assunto menos preocupados. Para maio, resta saber se haverá uma retomada da alta na margem, já que há uma expectativa de continuidade de expansão no confronto com o mesmo período de 2006.

O IPCA de junho será divulgado na sexta-feira (6). Em maio, a inflação no País subiu 0,28% ante 0,25% de abril. Entre os principais fatores para esta ligeira alta se destacam os preços do leite e derivados (elevação de 3,75%), além dos reajustes em itens administrados, como energia elétrica (0,47%), remédios (0 68%) e cigarros (2,08%), entre outros. O IPCA, que é referência para as metas de inflação do Banco Central, de 4,50% para 2007, 2008 e 2009, acumula no ano +1,79%. Em 12 meses, a alta é de 3 18%.

Para o encerramento de junho, é certo que o grupo Alimentação, ainda por causa do leite, principalmente, continuará influenciando o indicador. Entretanto, os impactos de energia elétrica, remédios e cigarros deverão ser menores ou não existir mais. Além disso, espera-se uma contribuição da queda do álcool combustível e da gasolina, ambos influenciados pelo período de safra da cana-de-açúcar. Não se descarta ainda uma influência do dólar baixo, que estaria segurando os preços de alguns itens.

Ainda na quarta-feira, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgará o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de junho na cidade de São Paulo. O resultado deverá contar com efeitos muito parecidos com os vistos no IPCA. Em maio, o IPC-Fipe subiu 0,36%. Nas três medições de junho, entretanto, subiu bastante, para 0,40% na primeira quadrissemana; 0,49% na segunda; e também 0,49% na terceira. Este comportamento, com forte pressão do leite longa vida, fez o coordenador do indicador, Márcio Nakane, projetar uma inflação de 0,52% para o final de junho na capital paulista.

Na segunda-feira (2), as primeiras divulgações previstas são a tradicional pesquisa Focus do BC, a balança comercial de junho e o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) de junho. Em maio, a balança apresentou superávit comercial de US$ 3,868 bilhões, com movimentos crescentes de importações e exportações. O IPC-S deve trazer pressões semelhantes às do IPCA e do IPC-Fipe. Em maio, o indicador da FGV subiu 0,25%. Para o mês seguinte, deve apresentar alta bem maior, já que, na terceira quadrissemana, subiu 0,40%.

EUA e Europa

A agenda de indicadores econômicos norte-americanos também será rica na próxima semana, com a divulgação de dados importantes como os índices nacionais de atividade dos gerentes de compras (ISM) para o setor industrial, de serviços, dados de vendas pendentes de imóveis e do setor de crédito hipotecário e os indicadores do nível de emprego em junho (payroll).

As reuniões de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE) e do Banco Central Europeu (BCE) serão os eventos de maior relevância para os mercados na próxima semana na Europa. Ambas estão marcadas para a quinta-feira (5).

Dois bancos centrais da Ásia e Pacífico também terão reuniões na semana, o da Austrália na terça-feira e o da Indonésia na quinta. Também na quinta-feira, fundos de investimento e corretoras da China passarão a poder investir fora do país.

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