Pesquisa Febraban indica cenário favorável até 2008

A pesquisa Febraban (Federação Brasileira de Bancos), de Projeções e Expectativas de Mercado – realizada entre os dias 13 e 14 de setembro com 40 bancos – indica que as perspectivas para a economia brasileira para o logo prazo são favoráveis e não sugere que as turbulências registradas no mercado financeiro internacional deverão se tornar uma crise mais séria nos próximos trimestres. "O movimento registrado recentemente em níveis globais dá sinais de que ocorreu uma reprecificação dos valores de ativos financeiros, dado que havia uma bolha em vários mercados relevantes, como o imobiliário nos EUA", comentou Nicola Tingas, economista-chefe da instituição.

"Os entrevistados indicaram que temem efeitos para o Brasil se a atual reprecificação dos valores de ativos financeiros se tornar uma crise grave, capaz de reduzir de forma expressiva o crescimento do PIB mundial", afirmou Tingas. No front internacional, essa é a principal preocupação de 84,4% dos economistas ouvidos pela pesquisa, enquanto o segundo tema foi a redução da liquidez internacional, com 62,5%.

De acordo com o levantamento, 73,3% dos entrevistados avaliam que a crise do setor imobiliário norte-americano deve afetar o País. O terceiro fator de apreensão dos especialistas de 40 bancos é a evolução dos preços mundiais das commodities, com 59 4%. Segundo a economista-sênior da Febraban, Ana Higa, há uma boa possibilidade de acomodação das cotações destes produtos no próximo ano, em função de alguns fatores, como uma pausa do movimento de forte apreciação registrado nos últimos anos e provável desaceleração da velocidade do Produto Interno Bruto (PIB) mundial em 2008.

Incertezas

No cenário doméstico, os economistas dos bancos apontaram que os dois fatores que causam mais incertezas são a pressão da demanda agregada e a atividade econômica aquecida, com 71,9% e 68,8%, respectivamente. Isso indica que os especialistas temem que no futuro próximo o fortalecimento do consumo poderá gerar alta dos índices de preços ao consumidor.

Estes elementos são mais relevantes até do que a atual pressão sobre os valores de mercado dos alimentos, manifestada por 59,4% dos entrevistados. Esse item não ganhou tanto peso, pois os dois primeiros têm potencial maior para influenciar as expectativas de inflação dos agentes econômicos para os próximos trimestres, uma variável muito importante levada em consideração pelo modelo econométrico do Banco Central.

Juros

De acordo com a pesquisa, 65,6% não mudaram suas estimativas macroeconômicas depois que o Banco Central divulgou a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na última quinta-feira. O levantamento indica que 81,2% dos entrevistados acreditam que o BC adotará uma pausa na redução dos juros nas duas últimas reuniões deste ano, que ocorrerão em outubro e dezembro. Contudo, 84,4% ponderam que há espaço para que a autoridade monetária continue a diminuir a taxa básica de juros (Selic) em 2008.

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