Perigo de deixar o euro já passou, diz premiê grego

A Grécia superou o perigo de uma infame saída da zona do euro, mas deve manter o curso das duras reformas para evitar uma “recaída”, informou neste domingo o primeiro-ministro do país, Antonis Samaras. “Eu acredito que o perigo maior (de uma saída da zona do euro) passou”, disse ele em entrevista à publicação semanal To Vima. “A dracmafobia parece ter regredido completamente.”

Mas o premiê grego, cujo governo formado pela coalizão de três partidos enfrenta outra votação de reforma no parlamento na próxima semana, alertou a nação: “Não pode haver trégua nos nossos esforços porque há risco de recaída.”

Na semana passada, foi levado ao parlamento um projeto de lei introduzindo novos impostos anuais para contribuintes assalariados e removendo as cobranças para os trabalhadores autônomos, uma categoria culpada pela maior parte da evasão fiscal que atormenta as finanças da Grécia há décadas.

Na segunda-feira, Samaras buscará a aprovação para uma nova rodada de reformas associadas à próxima parcela de empréstimos que o país deve receber da União Europeia (UE). A oposição condena as medidas como um novo ataque à classe média.

O governo foi afetado por várias deserções nas últimas semanas, em oposição à contínua onda de austeridade. A coalizão perdeu 16 deputados desde que assumiu o poder em junho do ano passado, mas ainda detém uma maioria de 163 das 30 cadeiras do parlamento.

O mais recente projeto de lei introduz um monitoramento mais rigoroso do orçamento e dá maior flexibilidade aos bancos para levantar capital. Também regula os cortes salariais e as demissões, bem como a recompra de dívida. Líderes da UE concordaram no mês passado em conceder 49,1 bilhões de euros (US$ 65 bi) de ajuda em troca de mais medidas de austeridade.

Atenas já recebeu 34,3 bilhões de euros do pacote de resgate e deve obter outros 9,2 bilhões de euros no fim deste mês, se as reformas fiscais forem realizadas, seguidos de outras duas parcelas de 2,8 bilhões de euros em fevereiro e março.

Ministros de Finanças da UE devem se reunir em 21 de janeiro para decidir se vão autorizar ou não o próximo pagamento. O Fundo Monetário Internacional (FMI), que participa do resgate, também deve decidir neste mês se libera a próxima parcela do empréstimo, um adicional de 3,4 bilhões de euros. As informações são da Dow Jones.