Perda menor na colheita garante renda adicional

Em cada hectare de soja colhida no País, cerca de duas sacas de 60 kg permanecem no solo em decorrência do despreparo do operador, máquinas desreguladas e condições inadequadas para execução da tarefa. No Paraná, a perda não excede a uma saca por hectare conforme levantamentos da Emater-PR (vinculada à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do PR).

Isso significa que os produtores de soja paranaenses colheram este ano 3,5 milhões de sacas a mais, o equivalente a receita adicional de R$ 122,5 milhões. Com este valor, é possível a compra de 1.360 tratores novos de porte médio, R$ 90 mil cada, ou de 8.166 carros populares ao valor unitário de R$ 15 mil.

Esses dados oficiais explicam os resultados práticos das campanhas de redução de perdas na colheita desenvolvidas pela Emater-PR nos últimos 15 anos. Os índices estão dentro dos padrões de países desenvolvidos.

“Existe uma forte conscientização sobre a importância da diminuição ao máximo de desperdícios também na colheita. Tanto que não há mais necessidade de campanhas intensivas nesse segmento. Temos, sim, que atuar em regiões críticas porque no geral os produtores de soja estão conscientes de que, quanto menos perderem, mais renda obterão”, explica o agrônomo Romualdo Faccin, responsável pela área de grãos da Emater-PR, em Maringá.

Conscientização

As perdas paranaenses são 50% inferiores às da média nacional porque em janeiro/fevereiro os produtores e operadores efetuam minuciosa manutenção das colheitadeiras. Verificam cilindro, peneiras e demais itens diretamente relacionados à performance das máquinas.

Durante a colheita, utilizam copos medidores na lavoura, constatando a quantidade exata de grãos que ficam no solo. Ponto de colheita da lavoura, teor de umidade do grão, presença de ervas daninhas e altura do corte são também levados em consideração a partir de orientações repassadas pela assistência técnica. E, durante a operação de máquinas, ficam muito atentos a detalhes mínimos: fechamento da peneira, altura do molinete, etc.

Os produtores de soja que não possuem máquinas adotam outra providência prática. Em vez de pagarem por hora ou diária trabalhada, optam pelo pagamento de 7 a 10% sobre o total colhido. Assim, os operadores não aceleram o trabalho (quando isso acontece a perda se torna maior) e colhem com mais cuidado, contribuindo para redução nas perdas.

Por outro lado, o envolvimento da assistência técnica oficial e privada, de cooperativas e instituições representativas do campo reforçam o avanço na redução de perdas na colheita de soja no Paraná. A propósito, nesta lavoura, o Estado apresenta dados gerais que o colocam no mesmo nível dos países desenvolvidos. Por exemplo, a produtividade paranaense alcança 2,8 mil kg/hectare, mesmo rendimento do Meio Oeste americano, reconhecidamente o mais desenvolvido pólo produtor da oleaginosa no mundo.

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