Pequenas empresas são as que mais lucram no varejo

Foto: Arquivo/O Estado

Pequenas e médias empresas registraram melhora nas margens de lucro no primeiro semestre.

As grandes empresas do comércio faturam mais, porém as pequenas e médias são mais rentáveis. Essa é uma das principais conclusões de um estudo nacional feito pela Serasa com base nos balanços de cerca de 10 mil empresas de capital aberto (com ações negociadas em bolsas) e fechado.

De acordo com levantamento, o faturamento das maiores empresas do setor teve crescimento médio real de 8,8% no primeiro semestre, em relação a igual período do ano passado, descontada a inflação. Nas pequenas e médias, o aumento médio foi de apenas 2,7%. São classificadas como grandes as empresas com faturamento líquido anual superior a R$ 50 milhões.

Já a rentabilidade das grandes ficou em 2,2% do faturamento líquido, enquanto nas pequenas e médias essa proporção atingiu 3,7%. No ano passado, a margem de lucro das grandes foi de 1,9% e o das pequenas e médias, de 3,6%.

Técnicos da Serasa explicam que historicamente as grandes empresas apresentam taxas de crescimento de vendas superiores, pois conseguem criar promoções e liquidações com facilidade, ao contrário das pequenas e médias, cujas estruturas financeiras são bem mais frágeis.

Por outro lado, observam os técnicos, as mesmas promoções e liquidações que resultam em aumento de faturamento, aliadas à pressão da concorrência, também contribuem para reduzir a margem de lucro nas grandes empresas, o que não ocorre nas pequenas e médias.

Além disso, segundo a Serasa, a melhora das margens no primeiro semestre, principalmente no caso das pequenas e médias, pode ser justificada em parte pela combinação de baixa variação dos preços no atacado com elevação no varejo.

A pesquisa também confirmou que a venda de bens de consumo duráveis puxou o crescimento do varejo no primeiro semestre, período marcado pela copa do mundo. As vendas de automóveis, televisores e outros equipamentos foram favorecidas pela melhora das condições de consumo, uma vez que tanto a massa de rendimento do trabalho quanto as condições de crédito mantiveram comportamento positivo. Já os bens de consumo não-duráveis, como alimentos e produtos de limpeza doméstica, tiveram alta moderada.

Dentre os bens duráveis, os responsáveis pela pesquisa citam o comércio de veículos e peças, cujas vendas cresceram 10% nas grandes empresas e 3,9% nas pequenas e médias. Já a evolução das vendas de alimentos ficou abaixo da média geral, em ambos os casos.

Nas grandes redes de supermercados, o aumento foi de 3,5%, puxado pelas promoções e vendas de produtos não-alimentícios, como eletroeletrônicos. Para o pequeno varejo, o incremento foi de 1,3%.

Segundo a Serasa, as grandes empresas registraram crescimento real de 9,4% em 2005, em relação ao ano anterior, e as pequenas e médias, de 3,2%. Desde 2001, o crescimento acumulado das vendas chega a 44% nas grandes empresas e a 10,2% nas pequenas e médias.

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