Pedágio menor vai beneficiar agricultura

Ao anunciar a safra recorde de mais de 30 milhões de toneladas de grãos colhidos em 2003, o secretário da Agricultura Orlando Pessuti também falou sobre o impacto da redução do pedágio na agricultura paranaense. “A redução do pedágio interfere na agricultura permitindo uma renda maior ao produtor e ao industrial porque, ao reduzir o valor das tarifas, também será reduzido o custo de produção, resultando em um incremento maior no plantio e na renda do produtor”, analisou Pessuti.

Em janeiro deste ano, a Organização das Cooperativas do Estado do Paraná Ocepar – realizou o estudo intitulado “O Impacto do Pedágio no Transporte de Grãos e Insumos no Estado do Paraná”, que concluiu que o custo total com o pedágio no transporte da safra 2002/2003 deverá ser de R$ 40,41 milhões a R$ 80,83 milhões.

Segundo o estudo, a malha rodoviária estadual é de 40,2 mil quilômetros, somando-se as rodovias federais, estaduais e municipais, além de 2,5 mil quilômetros de ferrovias. O anel de integração compreende 2,3 mil quilômetros, nos quais há 26 praças de pedágio. Para determinação do impacto no frete do pedagiamento, calculou-se o valor pago em cada rota por um caminhão com cinco eixos, transportando 27 toneladas.

Um caminhão que saia de Foz do Iguaçu com destino ao Porto de Paranaguá, carregando milho ou soja, gastará apenas como o pedágio, incluindo ida e volta, R$ 390,00, o equivalente a 19,52 sacas de milho ou 10,26 sacas de soja. Saindo de Maringá, também com destino ao Porto, o total cobrado pelas praças de pedágio na ida e na volta, será de R$ 261,00, ou seja, 13,08 sacas de milho ou 6,88 sacas de soja.

“No caso do milho, o custo do pedágio para o trecho Foz do Iguaçu ao Porto de Paranaguá eqüivale a 8,3% do custo operacional de produção. No caso do calcário, o pedágio representa 40,42% do valor do produto quando transportado de Almirante Tamandaré a Cascavel”, calculou a Ocepar.

Insumos

Para o engenheiro do Departamento de Economia Rural Deral -, Richardson de Souza, a redução de custo de transporte dos produtos agropecuários vai beneficiar os produtores tanto no transporte da safra ao local de consumo, como também ao levar o insumo até a sua propriedade. “O calcário, ao ser transportado da Região Metropolitana de Curitiba para o Oeste do Paraná, vai ter redução por conta da diminuição do pedágio”, exemplificou Souza.

A soja e o milho que serão exportados também chegarão ao Porto de Paranaguá com um preço mais competitivo, que resultará em lucro para o agricultor. “Com a expectativa que as demais concessionárias também reduzam as tarifas, a tendência é que essa conta chegue até o consumidor final”, comemorou o engenheiro.

Ainda de acordo com o relatório da Ocepar, o pedágio é praticado em outros países apenas em auto-estradas, nunca em rodovia de pista simples ou em rodovias sem alternativa. “A existência de rodovias alternativas é uma questão de defesa contra o monopólio e de se oferecer um serviço para quem não pode pagar, mas precisa se locomover”, destacava o material.

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