Paraná puxa crescimento das exportações de frango

As exportações de carne de frango do Paraná, maior produtor nacional, são as que mais crescem no País. No primeiro quadrimestre de 2003, o Paraná embarcou 167,4 mil toneladas de frango, 83,3% a mais que no mesmo período de 2002 (91,3 mil toneladas). Isso representou 26,5% do total nacional (628,2 mil toneladas), que cresceu 47,7% em relação ao ano anterior. Em Santa Catarina, que lidera as exportações, o incremento foi de 30% e no Rio Grande do Sul, de 40,9%. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Secex/MDIC).

Embora seja o terceiro Estado em volume exportado, no faturamento o Paraná já ocupa a segunda posição, devido ao valor agregado de seus produtos destinados ao comércio exterior. A receita obtida pelos exportadores paranaenses de janeiro a abril deste ano totalizou US$ 140 milhões, 61,2% acima do registrado em igual período do ano passado (US$ 86,8 milhões) e 5,5% superior ao desempenho do Rio Grande do Sul (US$ 132,7 milhões). Santa Catarina, líder nas exportações, acumula ganhos de US$ 204,5 milhões em 2003. No Brasil, o faturamento com as vendas de frango para o exterior foi de US$ 493,3 milhões, um acréscimo de 21,9% sobre os mesmos meses de 2002.

“Graças aos investimentos tecnológicos nas plantas industriais, aperfeiçoamento dos padrões de sanidade e qualidade no Estado e à política agressiva adotada nas negociações, nos tornamos altamente competitivos, conquistando a cada dia novos mercados”, afirma Domingos Martins, presidente do Sindiavipar (Sindicato das Indústrias Avícolas do Paraná). “Trabalhamos para que o Paraná, que já é o maior produtor de frango, lidere também as exportações”. Para 2003, a entidade projeta incremento de 12% sobre os US$ 331 milhões exportados pelo Estado no último ano. Entre os novos mercados explorados pelo setor avícola, estão os países da antiga Cortina de Ferro, como Polônia e Bósnia.

Martins cita ainda que os abatedouros paranaenses demonstram rápida capacidade de resposta às demandas de consumo. “Em quatro anos, no máximo, a União Européia não vai comprar mais peças salgadas. Por isso, algumas cooperativas do Estado já se preparam para exportar pré-cozidos”, relata. Com o pré-cozimento, o preço da tonelada de frango exportada aumenta de US$ 1,8 mil para US$ 3,2 mil, o que representa um valor agregado de 80% nas partes nobres, como o peito.

Abril

Em abril, o frango in natura exportado pelas indústrias paranaenses gerou divisas de US$ 34,3 milhões, resultado 57,3% superior ao de abril de 2002 (US$ 21,8 milhões). No mesmo período, as vendas externas do Brasil aumentaram 30,6%, de US$ 102,8 milhões para US$ 144,2 milhões, enquanto no Rio Grande do Sul houve elevação de 38,4% e em Santa Catarina, de 15,3%.

Em volume, o frango comercializado no mercado internacional pelo Paraná teve incremento de 57,8% comparado a abril do último ano, saltando de 24,6 mil para 38,8 mil toneladas. No País, a quantidade exportada avançou 40,2%, de 102,8 mil para 144,2 mil toneladas. Rio Grande do Sul e Santa Catarina tiveram expansão de 46,4% e 32,3%, respectivamente. O Paraná participou com 26,9% do volume e 28,3% do faturamento nacional das exportações de frango em abril.

Comparado a março, o volume exportado pelo Paraná em abril caiu 3,58% – enquanto a queda nacional foi de 12,02% – porém a receita aumentou 1,11%, ao passo que no País houve recuo de 4,46%.

Superávit da balança é recorde histórico

A balança comercial brasileira já acumula no ano um superávit de US$ 8,045 bilhões. É o melhor resultado já registrado na história para os primeiros cinco meses do ano. O saldo é resultado de exportações de US$ 27,128 bilhões menos importações de US$ 19,083 bilhões.

Esse resultado acumulado no ano contou com um saldo positivo de US$ 2,507 bilhões no mês de maio, que, além de ser o melhor saldo mensal do ano, também é o melhor da história para meses de maio.

No período, as exportações somaram US$ 6,372 bilhões, com crescimento da média diária em relação ao mês de abril de 6,3%. Já as importações totalizaram US$ 3,865 bilhões, com uma queda na média diária de 7,9% no mesmo período de comparação.

As importações continuam crescendo num ritmo muito inferior ao das vendas externas, que não têm sido afetadas pela cotação mais baixa do dólar. No período, a média exportada cresceu 30,6% enquanto a média das importações apresentou aumento de apenas 1%.

Na comparação com o mesmo período de 2002, quando a balança registrou um superávit de US$ 1,901 bilhão, o saldo comercial acumulado até agora está 323,2% maior.

A previsão do governo é de que, no ano, a balança registre um superávit de US$ 16 bilhões. Em cinco meses, o resultado obtido já é a metade do estimado.

Na quinta semana do mês (26 a 31), a balança registrou um superávit de US$ 791 milhões, resultado de vendas externas de US$ 1,629 bilhão menos US$ 838 milhões de importações. Em 12 meses (junho de 2002 a maio de 2003) o saldo comercial é positivo em US$ 19,272 bilhões.

Os dados foram divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

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