O Paraná está perto de finalmente ser declarado área livre de febre aftosa. Dentro de um período máximo de dez dias, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) irá suspender as restrições sanitárias impostas à região de Loanda, no norte do estado, onde foram identificados possíveis focos da doença. O anúncio foi feito ontem, em Curitiba, pelo ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, durante visita ao secretário de estado da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Newton Pohl Ribas.
?A Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento) já nos entregou todos os documentos referentes às atividades realizadas na região e estamos terminando de analisá-los. O secretário Newton nos pediu a liberação da área e dentro de dez dias devemos formalizar nossa decisão?, declarou o ministro. ?As organizações internacionais são rigorosas em relação à defesa sanitária. Por isso, nossa decisão também deve ser tomada com rigor para que tenha credibilidade.?
Segundo o secretário, as duas propriedades rurais de Loanda consideradas pelo Mapa como focos de aftosa – Fazenda São Paulo, onde foram sacrificados 2.745 animais e Fazenda Alto Alegre, onde outros 1.728 animais foram abatidos, em março deste ano – já foram liberadas pelo Mapa há cerca de vinte dias. Agora, falta a liberação de propriedades rurais localizadas a um raio de dez quilômetros dos focos da doença – aproximadamente 93 propriedades, onde há cerca de 33 mil animais, segundo estimativa feita pela Seab no início do mês passado. De acordo com o secretário da Agricultura, assim que isto acontecer, os produtores poderão retomar suas atividades normais, vacinando seus rebanhos, vendendo e encaminhando-os para abate.
?Os criadores de Loanda aguardam com ansiedade uma decisão do ministério, pois precisam da liberação para darem seqüência a suas atividades. A suspensão das restrições sanitárias deve ser bastante positiva, nos trazendo tranqüilidade. Estamos aguardando a notícia com muita ansiedade?, afirmou o secretário Ribas. Segundo ele, mais de 20 mil animais foram analisados através de sorologia e foi realizada inspeção clínica em 12 mil animais de 258 propriedades da região.
Após a decisão do ministério, os documentos referentes à liberação devem ser encaminhados à OIE (Organização Internacional de Epizootias). A expectativa é que a entidade se pronuncie sobre o assunto até o final do ano, o que contribuiria com a retomada das exportações da carne bovina do Paraná. Ainda durante o encontro, o ministro e o secretário discutiram uma proposta para que todos os países da América do Sul trabalhem de forma integrada no controle da febre aftosa, evitando assim novos transtornos. No Paraná, a idéia é que sejam reforçados os trabalhos de fiscalização nas áreas de fronteira.
Última região
A região de Loanda é a última do Paraná a ser liberada pelo Mapa para comercialização de animais. No início de setembro, o ministério suspendeu as restrições sanitárias impostas a 481 propriedades rurais, localizadas nos municípios de Bela Vista, Grandes Rios, Maringá e São Sebastião da Amoreira. Na época, o secretário Newton Pohl Ribas afirmou que 16 propriedades da região de Loanda estavam sendo avaliadas pelo Mapa. ?Querem informações complementares do rebanho, como a movimentação dos animais, as GTAs (Guias de Transporte Animal)?, explicou Ribas, na ocasião. A suspeita de focos de febre aftosa no Paraná surgiu em outubro do ano passado. Em março deste ano, 6.781 animais de sete propriedades rurais foram sacrificados.