Paraná produz bioetanol de segunda geração

Um grupo liderado por multinacional dinamarquesa, que possui unidade em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, está para receber 1,6 milhão de euros da União Europeia (UE), para pesquisar e desenvolver bioetanol de segunda geração, no Brasil.

O projeto, que vai durar dois anos, está em fase inicial e pretende converter o bagaço da cana-de-açúcar em álcool combustível, através de enzimas industriais. Pelo menos 160 usinas sucroalcooleiras e 20 mil plantadores de cana também estarão envolvidos nos trabalhos.

Segundo o executivo Pedro Luiz Fernandes, presidente da Novozymes Latin America, empresa que idealizou o projeto, o processo de desenvolvimento do bioetanol de segunda geração já existe, mas é muito caro para ser utilizado em larga escala.

“O grande desafio é deixar a tecnologia viável economicamente. Mas já avançamos muito e diminuímos bastante o custo. Ainda estamos prometendo oferecer a matéria-prima, que são as enzimas, a aproximadamente R$ 0,25 o litro”, informa.

No total, conforme Fernandes, o projeto envolve um investimento de 2,5 milhões de euros. O executivo diz que o incentivo vindo da UE foi possível graças à seriedade do projeto e ao interesse europeu na tecnologia. Ele acredita que o projeto tem futuro promissor, mesmo com o baixo preço atual do petróleo.

“Há espaço para todos no mercado”, avalia. Ele afirma que, em no máximo um ano, o laboratório de pesquisa e desenvolvimento montado pela empresa em Araucária, que já conta com dois cientistas, deve estar trabalhando “a pleno vapor”.

Além da empresa sediada em Araucária, fazem parte do grupo a Universidade Federal do Paraná (UFPR), o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), de Piracicaba, e a Universidade de Lund, na Suécia.

De acordo com o diretor do CTC, Nilson Boeta, o projeto deve alavancar o potencial energético já existente em usinas de todo o País. Para ele, o apoio da União Europeia irá “acelerar as nossas metas para a conversão do bagaço de cana-de-açúcar em etanol a preços competitivos”.

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