Paraná pede ajuda para cobrir prejuízos agrícolas

O Paraná pediu ao governo federal a adoção de medidas urgentes de apoio à agropecuária do Estado devido aos prejuízos causados pela longa estiagem e pela queda do preço das principais commodities. O governador Roberto Requião enviou ofício, detalhando a situação, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao chefe da Casa Civil, ministro José Dirceu.

O documento alerta sobre o quadro de extrema apreensão e preocupação que os produtores rurais estão vivendo no Estado, fruto do reflexo direto da retração do preço internacional do algodão, milho, soja, e trigo, além das condições adversas do clima. Segundo o governador, os agricultores estão ameaçados de ficar sem receitas suficientes para saldar os financiamentos. Além disso, o quadro é agravado pela política de câmbio (dólar desvalorizado) e pelo balanço de oferta e demanda mundial das commodities.

O Paraná propõe a liberação de recursos para comercialização da safra 2004 de trigo, produto que está com o preço abaixo do mínimo fixado, e a renegociação das parcelas vencidas do custeio de acordo com a capacidade de pagamento dos produtores. Requião propõe ainda a remoção imediata dos estoques governamentais de milho e trigo depositados nos armazéns das cooperativas no Estado, a liberação de recursos de Aquisição do Governo Federal (AGF), de Empréstimos do Governo Federal (EGF), dos leilões para o Prêmio de Escoamento de Produção (Pep) e dos Contratos de Opção.

Perdas

O Paraná perdeu 16,2% da safra de soja devido à estiagem que atingiu o Estado nas últimas semanas. A expectativa de produção em condições normais, que era de 12,4 milhões de toneladas, caiu para 10,4 milhões de toneladas. Os prejuízos econômicos chegam a R$ 912 milhões.

A colheita da soja começou em meados de fevereiro e, até o momento, foram colhidos 15,8%. Os dados são do Departamento de Economia Rural, da Secretaria da Agricultura do Paraná.

A falta de chuva em algumas regiões há mais de trinta dias já provoca no Estado queda de produção e de qualidade de algumas culturas, como soja, milho, feijão da seca, algodão, batata da seca, arroz sequeiro, soja safrinha e amendoim. As perdas financeiras chegam a R$ 1,10 bilhão.

No caso do milho, a quebra chega a 3,92%, cerca de 281 mil toneladas em cima da previsão inicial, que era de 7,16 milhões de toneladas. A perda na receita é de R$ 63 milhões. O milho safrinha, que ainda está sendo plantado, também apresenta quebra de produção de 6,39%.

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