Paraná mobilizado para produção de orgânicos

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Orgânicos estarão mais presentes
nos campos do Paraná.

O governo do Paraná só aguarda o aval do governo federal para implantar em 2005 o projeto Orgânicos do Paraná, um programa já apresentado à Agência de Promoção das Exportações do Brasil (Apex) e que vai ampliar a produção de alimentos livres de agrotóxicos no Estado. O Paraná é um dos estados com maior potencial para a produção e exportação de alimentos orgânicos e, por determinação do governador Roberto Requião, busca prioridade para o setor.

O programa envolve a Secretaria da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, Fiep, Sebrae, empresas e entidades de classe. Prevê, entre outras ações, a realização de seminários e workshops voltados à melhoria e ao desenvolvimento de novos produtos e tecnologia especial para a produção orgânica. Visa ainda a prospecção de novos nichos de mercado, além da capacitação em gestão empresarial, comercialização, negociações internacionais e logística.

O programa está orçado em cerca de R$ 10 milhões. A Apex entraria com R$ 6 milhões, a contrapartida das entidades parceiras seria de R$ 2,3 mihões e a participação das empresas envolvidas de R$ 1,8 milhão. Como entidade proponente e executora do programa foi escolhido o Instituto Paraná Desenvolvimento (IPD). Uma análise do quadro do setor orgânico paranaense já foi realizada pela Fiep, enquanto ao governo do Estado cabe a participação na execução do programa.

Exportação

Os principais pontos de crescimento do agronegócio orgânico estão situados no hemisfério norte do planeta – EUA, Japão, União Européia, Leste Europeu – e na Austrália. Além das dificuldades causadas pelo inverno rigoroso, ainda há nessas regiões o fato de que o consumidor possui maior capacidade de discernimento, maior poder de compra e está mais sensibilizado para os problemas ambientais.

O mercado de produtos orgânicos está crescendo, não apenas na Europa e na América do Norte, que são os maiores mercados, mas também em outros países, alcançando cifras de US$ 23 milhões em 2002. O fato de que muitos países já possuem uma regulamentação completa, implementada ou em processo, só comprova o interesse nesse tipo de cultura.

No Brasil, os produtos orgânicos vêm ganhando espaço maior no mercado a cada ano. Segundo dados da Associação dos Consumidores de Produtos Orgânicos do Paraná (Acopa), a taxa de crescimento está em torno de 10 a 20% ao ano, comparando-se ao crescimento da indústria da informática.

A maior parte da produção orgânica, cerca de 70%, é proveniente de pequenas propriedades familiares. O Brasil é um dos países onde mais cresce a produção orgânica no mundo, chegando a valores entre 30 e 50% ao ano. Por aqui são produzidos mais de 30 tipos de produtos orgânicos, sendo que o Paraná é o principal produtor. No Estado, são cultivados hortaliças, soja, açúcar mascavo e erva-mate.

O alto valor dos orgânicos, no entanto, faz com que os produtores explorem principalmente o mercado externo. A maior parte da produção orgânica brasileira (85%) é exportada, ficando apenas 15% para o mercado interno.

Mapeamento

O mercado norte-americano de produtos orgânicos tem atualmente o maior crescimento do mundo. As vendas destes produtos foram estimadas em US$ 11,75 bilhões em 2002. A demanda do consumidor para produtos orgânicos permanece em alta e a região espera contabilizar a maior parte da receita global em um futuro próximo.

Já o mercado alemão é o maior na Europa, avaliado em US$ 3,06 bilhões. Na Ásia, o mercado japonês de produtos orgânicos é o mais importante na região asiática. As vendas de produtos orgânicos foram de US$ 350 milhões em 2002.

O mercado japonês de produtos orgânicos foi previamente estimado acima de US$ 3 bilhões, no entanto, a introdução de regulamentações governamentais para cultivo destes produtos causou encolhimento de aproximadamente 10 vezes.

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