Portabilidade numérica

Paraná lidera pedidos de portabilidade

O Paraná já acumula quase 107 mil pedidos de portabilidade numérica, desde que a opção começou a ser implantada, em setembro do ano passado, e é, atualmente, o estado brasileiro com mais pedidos de transferência de operadora com manutenção do número do telefone. O número representa aproximadamente 16% do total de 665 mil pedidos já feitos em todo o País. Em Curitiba e toda a região com código de área 41, o serviço completou, na última quinta-feira (12), seu segundo mês, com um total de 41,7 mil pedidos, segundo dados da ABR Telecom, entidade que administradora a portabilidade numérica no Brasil.

A primeira posição do Paraná é favorecida pelo fato das duas maiores cidades do País – São Paulo e Rio de Janeiro – terem a portabilidade iniciada mais recentemente. No código de área 11 – onde a portabilidade começou no último dia 2 -, que serve a capital de São Paulo e a mais 63 cidades do Estado, está a maior quantidade de usuários do país: 30,8 milhões de clientes, que representam 15,9% do total nacional. Os códigos 21, 22 e 24, do Rio de Janeiro e, 61, que abrange o Distrito Federal e região – onde o serviço completou um mês na última segunda-feira -, correspondem a outras 25,5 milhões de linhas. Nesses locais, o benefício foi implantado no dia 9 de fevereiro.

Mesmo assim, o Paraná ainda se mantém à frente de estados mais populosos como Minas Gerais, onde a portabilidade foi solicitada por quase 98 mil usuários. A região de Curitiba ocupa, atualmente, o terceiro lugar em número de solicitações, atrás das áreas que englobam Belo Horizonte – onde a opção foi disponibilizada em 19 de janeiro -, que acumula mais de 46 mil pedidos, e Goiânia – que tem a portabilidade desde 1.º de setembro do ano passado -, onde 56,6 mil solicitações já foram feitas.

Ao contabilizar os pedidos de portabilidade, a ABR Telecom também inclui os números de solicitações já concluídas. No Brasil, o número é de aproximadamente 440 mil – aproximadamente 66% do total. No Paraná, o índice de números portados para outras operadoras é um pouco maior: 69%, referente a cerca de 73,7 mil pedidos. Em Curitiba, a média é semelhante: 68%, correspondendo a 28,4 mil requisições.

Para o executivo Eduardo Tude, presidente da consultoria especializada em telecomunicações Teleco, é de se esperar que cidades maiores como São Paulo e Rio de Janeiro ocupem, com o tempo, as primeiras posições em números de pedidos de portabilidade. Ele acredita que os percentuais de clientes que solicitaram a mudança de operadora e quiseram manter seus números de telefone ainda são baixos. “Estamos ainda muito no início da portabilidade”, analisa.

Outro aspecto que mantém os índices da portabilidade ainda baixos no País é, segundo Tude, a taxa de consumidores do serviço pré-pago de telefonia celular, de aproximadamente 80% no País. “Em geral esses clientes têm interesse menor em manter seus números. Quem tem mais essa preferência são os clientes do celular pós-pago e da telefonia fixa”, afirma. Mesmo assim, a telefonia móvel segue, no Brasil, com mais pedidos de portabilidade do que a fixa: eram, na última quinta-feira, respectivamente, 55,5 mil solicitações, contra 51,5 mil na fixa.

Preços

De acordo com Eduardo Tude, a portabilidade, por enquanto, não deve mudar muito os valores de planos e aparelhos celulares. “A concorrência, em si, já existe e é forte tanto na telefonia celular como na fixa”, lembra. O serviço, para ele, só acrescentou uma facilidade a mais para quem quer trocar de operadora, eliminando o ônus de uma mudança de número de telefone. “O que se vê, sim, são ações mais dirigidas, ou para clientes não saírem da operadora, ou para captar novos clientes. Mas em geral, as ações são voltadas às pessoas que têm contas acima da média”, completa.

Telefonia fixa lidera nos códigos 41 e 44 no Paraná

Ao contrário do que acontece na grande ma,ioria dos códigos de área, os DDDs 41 e 44 apresentam mais pedidos de portabilidade para a telefonia fixa do que para a telefonia móvel. Na região com código 41, foram, até a meia-noite da última quinta-feira (12), 21,8 mil solicitações na fixa e 19,9 mil na móvel. Na área com código 44 – onde a facilidade foi implantada em 10 de novembro do ano passado -, foram, respectivamente, 11,8 mil e
10,8 mil pedidos. Do total nacional de pedidos de portabilidade, 225,4 mil são solicitações de clientes da telefonia fixa e 440 mil referem-se à telefonia móvel.

Além dos dois locais, situação semelhante acontece apenas no DDD 62, referente a Goiânia e região. Para o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, o fato provavelmente deve-se a uma concorrência maior do que em outras regiões do País. “Onde existe nível de competição, o número de telefones fixos portados cresce”, avalia. No Paraná, concorrendo com a Brasil Telecom, há a GVT e a Embratel, além da Sercomtel, na área de Londrina. Em fevereiro, a GVT divulgou que foi a empresa de telefonia que mais se beneficiou da portabilidade numérica, recebendo mais de 43% dos clientes totais da telefonia fixa que trocaram de operadora preservando o número do telefone.

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