Paraguai quer perdão da dívida sobre obra de Itaipu

O presidente da Eletrobrás, José Antônio Muniz Lopes, afirmou nesta terça-feira (9)  que a companhia não terá ônus com a proposta apresentada pelo Paraguai de transferir para o governo brasileiro a maior parte uma dívida de US$ 19,6 bilhões da usina binacional de Itaipu. Ele admitiu, no entanto, que a oferta não parece justa à primeira vista.

“Não conheço a proposta, seu conteúdo. Mas, só a manchete de US$ 19 bilhões obviamente me parece desproporcional”, afirmou. O Paraguai propôs o perdão da dívida referente à obra da hidrelétrica de Itaipu, concluída em 1984. Pela oferta, o Tesouro paraguaio assumiria US$ 600 milhões, enquanto o Brasil ficaria com a maior parte da dívida, US$ 19 bilhões. Segundo Lopes, essa é uma questão que extrapola a questão empresarial, pois o pagamento da dívida foi definido em um acordo entre os dois países, consolidado em um tratado.

“Esse tratado é que dá âncora ao projeto Itaipu. Como se trata de um tratado, qualquer alteração não é em nível de empresa. Se tiver que alterar será no tratado”, explicou. Na época, a obra foi garantida basicamente com recursos da estatal Eletrobrás. “O assunto está em nível de chanceler, ministros. Para nós da Eletrobrás fica só a expectativa que se chegue a um acordo interessante”, disse. O presidente argumenta que o Brasil ficou com a maior parte da geração de energia de Itaipu porque foi o principal financiador da obra. “O Paraguai tem seus argumentos, eles obviamente vão pleitear e o Brasil vai ter que colocar suas posições”, concluiu.