Paraguai dá apoio para um Mercosul mais forte

Brasília (AE) – Diante da ameaça do Uruguai de fechar um acordo de livre comércio com os Estados Unidos ao arrepio dos acordos do Mercosul – o que poderia acarretar sua exclusão do bloco sul-americano – o governo brasileiro conseguiu ontem uma declaração política de apoio ao fortalecimento da união aduaneira que mantém com os países vizinhos. O novo ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramirez, afirmou que a prioridade do governo de seu país é o Mercosul, apesar de também ter interesse em aumentar relações comerciais com os americanos. ?O Paraguai não desconhece a importância dos Estados Unidos e, por isso, estamos tentando um acesso mais efetivo a esse mercado Mas, a nossa prioridade é o Mercosul?, afirmou o chanceler paraguaio em entrevista concedida ao lado do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

Ele evitou, no entanto, fazer qualquer crítica à decisão das autoridades uruguaias de iniciar negociações com os americanos. ?O Uruguai tem toda a soberania para decidir o que é melhor para seu desenvolvimento?, comentou. Um acordo de livre comércio do Uruguai com os Estados Unidos deverá determinar a renúncia obrigatória, por Montevidéu, da união aduaneira – o compromisso dos sócios do Mercosul de formar uma espécie de célula, que adota a mesma política tarifária para o comércio internacional e negocia conjuntamente acordos comerciais.

Amorim voltou a indicar que um acordo nesses parâmetros seria incompatível com as regras do Mercosul. ?Os países são livres para explorar opções de comércio, desde que não se ataque o coração do Mercosul, que é a Tarifa Externa Comum (TEC)?, afirmou Amorim.

Os dois ministros conversaram sobre as negociações bilaterais para a reestruturação da dívida da hidrelétrica de Itaipu Binacional, que em sua maior parte é um débito com a estatal brasileira Eletrobrás. ?Itaipu é um símbolo da nossa integração e esperamos em breve chegar a uma solução justa?, disse Amorim.

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